19 janeiro 2005

Lembram-se do pinguim?



Stephen King, Rob Reiner, James Caan e Kathy Bates. Quatro nomes sonantes que participaram num assombroso thriller psicológico. O primeiro escreveu, o segundo realizou, o terceiro interpretou e a quarta até ganhou um Óscar. Estávamos em 1990 e o filme em questão intitulava-se Misery.
Quatro anos antes, Rob Reiner tinha realizado Stand by Me, película sobre a cumplicidade de um grupo de amigos. Era a primeira vez que o realizador adaptava uma obra de Stephen King. Quando repetiu a façanha, concebeu Misery e convidou-nos a ser voyeurs da convivência terrífica e obsessiva entre um escritor e a sua maior admiradora.
É certo que Kathy Bates e James Caan formam uma dupla inesquecível mas há uma terceira personagem que não pode ser omitida: a casa. Recordamo-la atulhada de quinquilharia, com as célebres escadas e o famoso corredor a funcionarem como palco para as cenas mais emocionantes. Vemos as torturas, ouvimos os gritos, sentimos o desespero e testemunhamos a loucura mas, quando saímos da sala de cinema, é a recordação da casa que nos persegue como uma espécie de sombra.

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