26 fevereiro 2013

Ainda a ressacar…

No Público de hoje, na página 23, o Jorge Mourinha define a cerimónia dos Óscares de forma exemplar: Mas são as excepções que confirmam a regra dos Óscares como um jogo quase masoquista de expectativas frustradas ao qual não conseguimos resistir. 
E é isto mesmo.

25 fevereiro 2013

XXI

Argo. Depois do discurso político, outra coisa não se esperava. 
Boa noite a todos. 

XX

Jack Nicholson. Que saudades. A Michelle Obama??

XIX

A incrível Meryl Streep entrega o Óscar a Daniel Day-Lewis. Do mal o menos.

XVIII

OK. Ganhou a Jennifer Lawrence. Para o ano não contem comigo. 

XVII

O Jean Dujardin é um homem lindo. E tenho dito.

XVI

E eis que Quentin Tarantino subiu ao palco. Bestial.

XV

Mais uma cantoria. Agora é a vez da Barbra Streisand. Holy. Querem tanto inovar e atrair um público mais jovem… Não percebo.

XIV

Pobre Kristen Stewart.

XIII

Utilizam o tema do Jaws sem dó nem piedade para haver tempo para estes revivalismos musicais sem interesse nenhum? Por favor! 

XII

Amour: Obrigada Michael Haneke.

XI

50 anos de James Bond: tinha mais graça se o Sean Connery e o Roger Moore subissem ao palco e travassem um duelo com todos os outros Bond.

X

Brave? O mais desinteressante de todos os filmes da Pixar.   

IX

Paperman. Bastante previsível.

VIII

Belíssimo discurso, o de Christoph Waltz.

VII

A Jennifer Garner conseguiu o impossível: estar feia.

VI

O regresso de Anne Hathaway ao estilo pãozinho sem sal.

V

A Helen Hunt é a maior. E está vestida de H&M. Bestial.

IV

Christoph Waltz, que óculos extraordinários!  

24 fevereiro 2013

III

A Jennifer Lawrence está demasiado magra. E continua sem me convencer em termos de beleza, de estilo e de talento. 

II

A Kerry Washington é tão bonita. Perfeita mesmo. 

I

Creio que a Jessica Chastain ficaria bem melhor se usasse uma cor mais forte.

A grande noite



Já falta pouco tempo. Neste momento, pergunto-me quantos vestidos Marchesa é que irão aparecer. E, já agora, como será o vestido da Georgina Chapman quando esta surgir lado a lado com o Harvey Weinstein. Futilidades à parte, aqui fica a lista dos meus favoritos, aqueles por quem vou torcer intensamente. E sim, estou consciente de que estes nomes não sairão vencedores. É a vida. 

Melhor filme
Amour

Melhor realizador
Michael Haneke

Melhor atriz
Emmanuelle Riva

Melhor ator secundário
Philip Seymour Hoffman

Até já. 

17 fevereiro 2013

Do you still even like me?



A uma semana da cerimónia dos Óscares, que este blogue irá, como habitualmente, acompanhar e comentar, encontro-me em pleno estágio de preparação para a grande noite. De todos os filmes que decidi ver, faltam-me apenas o Beasts of the Southern Wild e o The Master. E o A Good Day to Die Hard, claro. Mas esse por outras razões que nada têm a ver com a cerimónia em si e que se relacionam com o facto de este blogue considerar que o Bruce Willis é irresistível. Mas bom. Voltando aos Óscares e aos filmes vistos. Todos os anos, há nomeações incompreensíveis. Este ano, temos 8 nomeações para Silver Linings Playbook, incluindo Melhor Ator [o desempenho sobre-humano de Jean-Louis Trintignant não foi satisfatório o suficiente, mas ver o Bradley Cooper a brincar aos maníaco-depressivos, isso sim é formidável], Melhor Filme e Melhor Realizador [a minha falta de interesse no trabalho do David O. Russell não é de hoje]. Fez-se um grande alarido em torno do filme, festejou-se o facto de ser uma comédia que explora as difíceis relações humanas e blá, blá, blá. E eu pergunto: será que estas mesmas pessoas não viram o This Is 40 do Judd Apatow? Presentemente nos cinemas? Não devem ter visto, de certeza. 
Em 2007, quando vi o Knocked Up, tive a oportunidade de escrever, neste mesmo estaminé, que aquilo também era o meu mundo. E agora, mais de 5 anos depois, volto a sentir o mesmo. O cinema de Judd Apatow, tão hilariante, tão bem escrito, tão aparentemente “levezinho”, reproduz a nossa própria vida e espelha as teias relacionais que vamos tecendo e destruindo, aperfeiçoando e desconstruindo, essa estrutura de afetos que nos liga à nossa família, aos nossos amigos, ao amor da nossa vida. E que convive, lado a lado, com as obrigações profissionais, com os medos do dia-a-dia, com a violência das contas para pagar, com a vulnerabilidade própria do ser humano. 
Uma das cenas que mais me comoveu neste filme, pela sua sensibilidade e profundidade, foi o momento em que a filha mais nova, Charlotte, redige um bilhete à irmã mais velha e o deixa colado na porta do quarto daquela. Uma cartinha adorável, escrita por uma criança que deseja, talvez mais do que qualquer outra coisa, a aprovação da irmã mais velha. E isto é um dos exemplos que corrobora a atenção dada ao pormenor e o respeito que Judd Apatow demonstra pelas suas personagens. Sejam elas uma criança, uma adolescente que se sente compreendida pelo Lost, um pai manipulador e preguiçoso ou um outro pai ausente mas sedento de amor.
Judd Apatow é um observador nato, alguém que sabe o que é construir uma família em pleno século XXI. E que consegue, de forma louvável, perceber esta realidade multi-ecrãs – dos portáteis, aos smartphones, passando pelos iPads – em que vivemos. Em que às vezes, apesar de haver tantas e tão diversificadas opções, é tão difícil comunicar.

04 fevereiro 2013

Uma questão de estilo

Mala baratinha, uhm?

Domingo ao final do dia. O sol já se pôs, está frio lá fora e as obrigações de segunda-feira espreitam de forma ameaçadora. É a altura ideal para a neurose tomar conta de nós. Por mais divertido e preenchido que o fim de semana tenha sido, a aproximação do início da semana deixa-me sempre melancólica. Foi num desses momentos, de absoluta taciturnidade, que dei de caras com o filme I Don't Know How She Does It. É verdade que sou uma admiradora quase incondicional da Sarah Jessica Parker. Acho-a o cúmulo do estilo e da pinta, admiro a sua inteligência e ainda me lembro do tempo em que ela entrava em filmes do Tim Burton. Claro que o facto de a Carrie Bradshaw ser uma das minhas companhias preferidas também ajuda.
Serve esta introdução para justificar, o melhor possível, o facto de ter despendido tempo da minha vida para ver uma baboseira como o I Don't Know How She Does It. Salvam-se as aparições fugazes da Christina Hendricks e da Olivia Munn. E o guarda-roupa, claro. A determinada altura, dei por mim a ver o filme só para saber o que é que a Sarah Jessica Parker ia usar a seguir. 

Horas depois, já deitada na cama e a navegar pela internet, encontrei vários artigos de opinião sobre os figurinos. Ora leiam: Kate's [a personagem da Sarah Jessica Parker] a mom and a very distracted dresser. Clothes aren't her first priority, so she has things that she kind of grabs and will throw together. At the same time, she gravitates towards feminine pieces that will work in a corporate environment. (...) I wanted to be certain she didn't start dancing around Carrie Bradshaw territory. So the clothes were 100 per cent off the rack. And when I say off the rack I mean from a discount warehouse in Lower Manhattan. 
E foi nesta altura que dei uma gargalhada.  Se alguém tiver visto o filme, vai perceber o que quero dizer. A mim não me pareceu nada que as roupas dela tivessem sido compradas, de forma despreocupada, num "discount warehouse in Lower Manhattan”. E um bocadinho de noção da realidade, não?