29 julho 2005

Homenagem à beleza etérea



Liv Johanne Ullmann notabilizou-se em películas realizadas por Ingmar Bergman. A sua primeira prestação foi no filme Persona, depois do qual se seguiram muitos outros como, a título de exemplo, Lágrimas e Suspiros. Liv Ullmann foi, durante muito tempo, uma espécie de musa para o realizador.

28 julho 2005

Proposta de discussão - VI





É reconhecido por todos que a literatura e o cinema são formas de arte independentes mas é igualmente reconhecido que podemos estabelecer uma ponte entre ambas. Assim, proponho que reflictamos sobre as inúmeras adaptações cinematográficas que se têm feito com base em livros mediáticos.
Excluindo o facto de os livros serem, na esmagadora maioria das vezes, superiores ao resultado cinematográfico, proponho que recordemos a película O Nome da Rosa de Jean-Jacques Annaud. Neste caso, aconteceu-me ler o romance depois de ter visto o filme e isso teve como consequência visualizar a imagem de Sean Connery de cada vez que o escritor Umberto Eco dava vida ao monge franciscano Guilherme de Baskerville.
Por outro lado, pude ler as aventuras de Harry Potter antes da saga passar ao grande ecrã e isso proporcionou-me a oportunidade de imaginar livremente o aspecto físico das personagens. Se, pelo contrário, tivesse lido os livros depois de ver os filmes, passaria pelo desespero de não conseguir afastar a imagem de Daniel Radcliffe das páginas de J. K. Rowling.
A partir destes exemplos, lembrei-me de que poderíamos discutir sobre a capacidade inerente às adaptações cinematográficas de sufocarem a nossa imaginação e de nos privarem daquilo que a literatura pode oferecer.
Fico à espera das vossas opiniões!

15 julho 2005

Obrigada Cinemateca



Há poucos momentos assim na vida de um português. Entrar numa sala de cinema, esperar pelo apagar das luzes e, de repente, aceder a um universo simultaneamente subversivo e machista de uma Lisboa suja no final da década de 70. Kilas, o mau da fita, filme projectado ontem pela Cinemateca Portuguesa, garantiu este momento e ofereceu gargalhadas genuínas a um público que se identificou com ambientes e linguagens aparentemente extintos.
Em tom de comédia mas muitas vezes em tom verdadeiramente constrangedor, Kilas, o mau da fita vai fazendo com que esbocemos um sorriso de cada vez que um actor entra em cena. Em apenas 120 minutos, revimos Lia Gama como uma prostituta robusta e admiradora de Rita Hayworth, Mário Viegas num desempenho que reafirmou o seu enorme talento, Ana Bola ainda a tactear o terreno da interpretação e Adelaide Ferreira anos antes do seu sucesso musical Baby Suicida.
Numa Lisboa de miradouros, tascas castiças, galhardetes do Benfica, carcaças com manteiga, táxis pretos e verdes, músicas do Sérgio Godinho e recordações cinéfilas, José Fonseca e Costa consegue aquilo que muitos afirmam não existir no cinema português: uma película semelhante a um filme de gangsters com sangue, aventura e sexo. Relembremos a sequência em que Ana (desempenho memorável de Paula Guedes) é violada por um grupo de marginais. Vê-la deitada, coberta apenas por um lençol, apontamento que nos recorda Cristo abandonado na cruz, aproxima-nos de uma quase religiosidade blasfema em que também Kilas “lava as mãos” e entrega a mulher à sofreguidão masculina.
Por tudo isto, apetece-nos reafirmar que sessões como esta, infelizmente só possíveis na Cinemateca, deveriam ser habituais noutras salas comerciais e mesmo nos canais de televisão. É urgente recordar os verdadeiros clássicos do nosso cinema.

(Fica apenas uma dúvida. Porquê dobrar a voz do actor brasileiro Lima Duarte? Terá sido pelas mesmas razões que levaram o realizador Jorge Silva Melo a dobrar a voz de Ángela Molina no filme Coitado do Jorge?)

14 julho 2005

Parabéns!

Ingmar Bergman nasceu na Suécia, no dia 14 de Julho de 1918.
Parabéns ao maior génio que o cinema conheceu!




To make films is for me a natural necessity, a need similar to hunger and thirst.