22 maio 2009

À memória de João Bénard da Costa

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Nunca fui pessoa para gostar de mudanças repentinas ou de surpresas. Ontem de manhã, quando soube da morte de João Bénard da Costa, fiquei, acima de tudo, surpreendida. Já sabia do seu frágil estado de saúde e das grandes mudanças na Cinemateca. Mesmo assim, senti aquele frio nas costas e aquele alvoroço no estômago. Detesto surpresas, volto a repetir.
Nunca o conheci, apenas gostava de o observar e, no entanto, foi como se tivesse recebido a notícia da morte de alguém próximo. Bénard da Costa desiludiu-me muito e desiludiu, principalmente, a sonhadora que há dentro de mim e que, um dia, teria eu 18 anos, se convenceu de que não poderia haver alguém tão magnânimo. Quase nove anos depois, e cheia de histórias e factos que não melhoram em nada a imagem de JBC, nunca me desliguei da primeira imagem: velho de voz rouca e cheia de catarro, a falar-me de Bergman como quem fala da perfeição, sempre sentado lá à frente, a rever incessantemente os mesmos filmes. Lembro-me de o querer conhecer à força, de ouvir, sempre com a atenção no máximo, as histórias daqueles que o conheciam e que privavam com ele. E isto já para não falar do seu enorme talento enquanto escritor, das frases que li e reli, vezes sem conta.
Há um sofrimento muito grande dentro de mim, talvez semelhante àquele que experimentei quando o Bergman ou o Paul Newman nos deixaram. Parece que a vida nunca voltará a ser igual e que nós, reduzidos à nossa insignificância, perdemos aquilo que nos inspirava e que nos fazia acordar e sair da cama.

21 maio 2009

1935 - 2009

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João Bénard da Costa

18 maio 2009

Alto som

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Conto de Fadas de Sintra a Lisboa
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Ele era um cavalheiro
Todo ele transpirava de elegância
Ela era gata borralheira,
tivera que limpar a sua infância
Ele velejava no Verão
e esquiava, no Inverno
Ela trabalhava ao balcão
De um qualquer estabelecimento moderno
Ele gostava de reluzir em si
O estilo da capital
Ela já não conseguia distinguir as cores
da bandeira nacional
Ele tinha entre os seus títulos
Uma futura ordem do infante
Ela achava o levantar do dedo mindinho
Algo deselegante
Mas ele um dia curvou-se a seus pés
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E ela passou a ocupar o tempo
A descobrir o que era a cultura
E ele confirmou-se aos seus aposentos
E descobriu a costura
Ela quis poder entender o Universo
E começou a ler Platão
E ele resolveu perceber o que era a justiça
Em frente à televisão
A ele de nada lhe valeu a aparência
Nem a casa do Largo do Rato
Porque ela sabia que era a Cinderela
E enganou-o com um sapato
Ele que um dia fora príncipe
Agora rendia-se à evidência
Com mulheres que calçam o quarenta
é melhor, revelar prudência
Hoje ele ainda beija seus pés
Hoje ele ainda beija os seus pés
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Os Pontos Negros
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14 maio 2009

Mas que grande notícia!

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Após muitos anos de negociações, os herdeiros de Frank Sinatra finalmente concordaram com uma adaptação para cinema da vida do cantor. O realizador a quem confiaram o projecto foi outro italo-americano de gema, nada menos que Martin Scorsese.
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10 maio 2009

Lanvin - Alber Elbaz


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Mise en Abyme a trabalhar em alto estilo



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Mise en Abyme num jantar com vista para o rio



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Mise en Abyme num casamento original



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Mise en Abyme a chegar a casa


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Mise en Abyme a causar sensação

05 maio 2009

May I have your attention?

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Atenção ecologistas!
Atenção ambientalistas!
Atenção recicladores!
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O vosso filme está aqui!

Vencedora!

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Por incrível que possa parecer, os dois filmes calharam à mesma pessoa. É preciso ter sorte, hum?

Parabéns Anita!
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