Marilyn Monroe, Marilyn e a Morte, M e M. De Mistério, de Miséria, de Mulher, de Mãe, de Magia, de Mínima, M de Misfit. No seu último filme, de John Huston, o último também do seu "Pai", Clark Gable, esta surge transformada, e como em nenhum outro filme, a fazer o papel de si própria, num conto escrito pelo seu Marido - M de Miller, Arthur.
E de todas as Marilyns, porquê em The Misfits ? Por que apercebemo-nos do que já tinha acontecido ao ver todos os seus outros filmes. Ver Marilyn Monroe na tela das imagens é interiorizar toda a sua História, a sua presença, mas sobretudo a sua ausência, a sua beleza, mas toda a sua tragédia, a Vida, mas igualmente a sua Morte, a do Mistério, de MM, o que fascina os novos espectadores, os que ainda pensam nela, os poetas que ela criou, os realizadores que se apaixonaram, os mitos que ela gerou, as histórias que se imaginaram.
Quem lhes dera, a eles todos, e a todos nós, que o seu Fim se encontrasse como o desta obra, óptimo filme de Huston, desenhado para a Pessoa de Marilyn, no caminho da estrela que a guia para Casa - não "like a home", a de Gable, Clift, e ela própria, mas um sítio que talvez nunca existiu, nem nunca poderia existir para ela.
"What makes you so sad? You're the saddest girl I ever met". As "respostas" surgem ao longo da fita, dadas pelo homem que a conheceu, que viveu com ela, mas que, como ele próprio sugere, acaba por abandoná-la, como tudo na vida.
"We're all dying aren't we. We're not teaching each other what we really know, are we?". Talvez não, talvez nunca, mas de si, a muito devemos o nosso cinema. No fundo, cada um com o seu, e cada um à procura dele, não o vivemos de forma muito diferente. Como Misfits, como Marginais, como MM.
2 comentários:
Estou a ver que estavamos lá todos... :)
(oups, não foi o meu dia)
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