28 outubro 2006

Há planos assim – IX

A minha relação com o cinema é egocêntrica. Só gosto verdadeiramente daquilo com que me identifico. Ou porque me faz rir ou porque me leva a reflectir sobre a minha própria existência.
Obrigada a todos os meus amigos por existirem.

23 outubro 2006

22 outubro 2006

A propósito de Little Miss Sunshine…

Certas coisas que contribuem para o facto de adorar gente como o Charlie Kaufman, o Jonathan Dayton, o Jonathan Glazer, o Michel Gondry, o Noah Baumbach, a Sofia Coppola, o Spike Jonze, a Valerie Faris e o Wes Anderson.

- Sempre que me apetece, posso entrar na cabeça do John Malkovich e provar a todos que a Cameron Diaz sabe ser uma grande actriz;

- De cada vez que pretendo achincalhar alguém, vem-me à cabeça que o Charlie Kaufman e o Nicolas Cage já foram a mesma pessoa;

- Quando sinto um certo desânimo em relação à natureza humana, lembro-me dos choques eléctricos por cada talher falhado;

- Durante grande parte da minha vida, fiz figas para acordar com o cabelo azul e viver um eternal sunshine of the spotless mind. Até que aconteceu!

- Passei a olhar para as crianças com um ar desconfiado em relação à sua vida anterior;

- Já acredito que uma viagem num pão de forma pode ajudar a compreender aqueles que me rodeiam;

- Gosto especialmente do elogio aos falhados – a fazer lembrar o Nicholas Ray de outras eras;

- Regozijo-me de, em plena era dos efeitos especiais, haver pessoas que procuram compreender o ser humano;

- Posso sentar-me na sala de cinema e conviver com pessoas (e não com personagens);

- Gosto de enfrentar todas as construções, reais ou irreais, que vou conservando na minha memória desde criança;

- Sabe sempre bem rir às gargalhadas com humor original e inteligente;

- Aplaudo certas cenas finais que fogem de toda a espécie de clichés baratos;

(… a completar …)

13 outubro 2006

Como o cinema é belo

-- A não perder: 50 filmes inesquecíveis --
Aqui!

Não resisti...

Destaque Portugal vale a pena
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que “bateu” em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive – Portugal. Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d’Oiro, Active Space Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também os grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana). É este o País em que também vivemos. É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia. Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos – e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito. Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?
Nicolau Santos, director – adjunto do jornal Expresso
In Revista Exportar

12 outubro 2006

Para quê verdades?

Os seis minutos mais belos da história do cinema
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Sancho Pança entra num cinema de uma cidade de província. Está à procura de D. Quixote e encontra-o sentado a um canto, de olhos postos no écran. A sala está quase cheia, a galeria – que é uma espécie de varanda – está inteiramente ocupada por crianças barulhentas. Depois de algumas tentativas inúteis de ir ter com D. Quixote, Sancho senta-se contrariado na plateia, junto de uma menina (Dulcineia?) que lhe oferece um chupa-chupa. A projecção começou, é um filme de época, no écran correm cavaleiros armados, a certa altura aparece uma dama em perigo. De repente, D. Quixote levanta-se, desembainha a espada, precipita-se contra o écran e os seus golpes começam a rasgar a tela. No écran ainda se vêem os cavaleiros e a dama, mas o rasgão negro, aberto pela espada de D. Quixote, vai-se alargando cada vez mais, devora implacavelmente as imagens. No fim, do écran já quase nada resta, vê-se apenas a estrutura de madeira que o sustentava. O público, indignado, abandona a sala mas, na galeria, as crianças não param de encorajar fanaticamente D. Quixote. Só a menina da plateia o contempla com ar de censura. Que devemos fazer com as nossas imaginações? Amá-las, acreditar nelas, a tal ponto que temos de as destruir, falsificar (talvez seja este o sentido do cinema de Orson Welles). Mas quando, no fim, elas se revelam ocas, inatingíveis, quando mostram o nada de que são feitas, só então podemos descontar o preço da sua verdade, compreender que Dulcineia – que salvámos – não pode amar-nos.
Giorgio Agamben, Profanações

08 outubro 2006

The Pillow Man

A premissa – Um escritor num regime totalitário é interrogado acerca do conteúdo grotesco dos seus contos e das suas semelhanças com uma série de homicídios infantis que estão a acontecer na sua cidade.

O autor – Martin McDonagh nasceu em 1970, em Londres. Em 2003 escreveu The Pillowman, peça galardoada com o Prémio Lawrence Olivier no ano seguinte.

O encenador – Tiago Guedes nasceu em 1971. Estreou-se na longa-metragem em 2005 com Coisa Ruim. É realizador de inúmeros telediscos e ganhou vários prémios em festivais nacionais e internacionais.

Algumas perguntas – Qual a responsabilidade de um artista pelo seu trabalho? Pode um artista ser culpado pelos sentimentos que o seu trabalho provoca? E se alguém agir segundo esses sentimentos, quem é o responsável afinal?
Os leitores mais atentos aqui do Mise en Abyme decerto se lembrarão de uma proposta de conversa que versava sobre o filme das nossas vidas. Apesar de a utilidade e a finalidade de um bate-boca desses serem sempre discutíveis, a verdade é que os visitantes cá da casa aderiram e houve respostas surpreendentes. Pois bem. Creio que ontem foi a noite para assistir à “peça de teatro da minha vida”.
Não sou uma frequentadora assídua de teatro, daquelas que acompanham todas as peças e conhecem o trabalho de todas as companhias e grupos. No entanto, tento ir frequentemente ao teatro e tenho algumas experiências insubstituíveis. Ainda hoje recordo a expressão do Virgílio Castelo, perdido de amores pela diva, no Encontro com Rita Hayworth do Teatro Aberto. Também revivo, com muita emoção, o Tiestes de Luís Miguel Cintra e a voz do Diogo Dória a ecoar por toda a Cornucópia.
Sempre gostei de enredos perversos, capazes de nos fazer aceitar e até de nos fazer compreender os actos mais violentos. Talvez por isso, tenha gostado tanto de The Pillow Man. Mas há mais. Tive a sorte de ficar na primeira fila, frente a frente com quatro actores colossais e frente a frente com uma encenação como nunca antes tinha visto – não esquecerei aqueles azulejos brancos, assim como não esquecerei a chuva verde.

Lembro-me de ter pensado, depois de ter visto o Coisa Ruim, que estávamos na presença de um homem que parecia nada temer. Esse homem chama-se Tiago Guedes. Com o mesmo à vontade com que realizou uma das mais inquietantes histórias portuguesas, sem precisar de recorrer aos clichés paranóicos de tantos realizadores da nossa praça, envolveu-se agora, sem recear consequências, na encenação de um texto perigoso. Porquê perigoso? Porque talvez ainda haja muita gente que não está preparada para enfrentar a verdade que é exposta por Katurian, todo bondade e frontalidade e, ao mesmo tempo, todo perversidade e brutalidade.
Peças destas são marcos nas nossas vidas. Peças destas fazem-nos ter coragem para observarmos o ser humano de uma outra perspectiva. Em suma, peças destas fazem-nos perceber que vivemos na fronteira entre o bem e o mal, sempre a escorregar para ambos os lados. (E o "meu" Bergman anda aqui tão perto...)

Por isto, sugiro (ordeno!) que vão ao Teatro Maria Matos. (Lembrem-se de que o teatro tem o lado sedutor de ser irrepetível e não percam The Pillow Man.)

06 outubro 2006

Exposição que promete

Aqui!

Snakes on a Plane


O Mise en Abyme já foi ver e aprovou!
(Depois de assistir a um filme assim, ainda se absorve melhor a graça disto.)

Anuário de Vinhos 2007



O Anuário de Vinhos 2007 é o resultado distanciado e objectivo da prova cega de mais de 2500 vinhos de mesa portugueses, incluindo ainda a classificação de Vinho do Porto, Moscatéis, Vinho da Madeira e Colheitas Tardias.

Começa a ser hora de mudarmos o discurso de “o vinho está caro”. O que está caro são os vinhos que todos querem comprar. São estes vinhos de que muito se fala e que poucos bebem que se tornaram responsáveis por alguns preços exorbitantes que reflectem, mais do que a qualidade, a procura que têm pelos consumidores com forte poder de compra.
Se quer um conselho – esqueça estes vinhos – pelo menos na maioria das suas compras. Eles não o “levam ao céu”, assaltam-lhe sem piedade a carteira e quando chega a hora da verdade não lhe dão muito mais prazer que outros vinhos bem mais baratos.
João Afonso, Anuário de Vinhos 2007

“para poder comprar vinhos bons e saber compará-los, adquira o Anuário de Vinhos, da Biblioteca do Vinho das Edições Cotovia.”
Vasco d’Avillez, Notícias Magazine – DN /JN

“o que me interessa é saudar João Afonso, que partilha connosco a sua sensibilidade de grande provador e toda a sua extraordinária cultura vinícola no recém-publicado Anuário de Vinhos.”
José Quitério, ÚNICA / Expresso

“O Anuário de Vinhos é de consulta obrigatória, ao menos para os apreciadores que, ao prazer de beber vinhos, gostam de juntar o de aprender mais sobre eles.”
David Lopes Ramos, Fugas / Público

João Afonso nasceu em 1957. Tendo sido primeiro bailarino do Ballet Gulbenkian, é há alguns anos redactor da Revista de Vinhos. Crítico de vinhos, produtor de vinhos e de azeite, João Afonso publica, desde o ano 2000, o seu Anuário de Vinhos, que rapidamente se tornou numa referência de grande qualidade no panorama nacional.
Livros Cotovia - 16 euros

01 outubro 2006

You' ve never seen me



Thomas fotografou. Thomas seduziu. Thomas fartou-se de cabras. Thomas ampliou. Thomas constatou. A insensibilidade de Thomas converteu-se numa curiosidade insaciada. Thomas viu. (Thomas imaginou?)
Num filme inteiramente devoto a Thomas, é sobre nós que pensamos. Mais uma vez o cinema encaixado em nós, a reproduzir a nossa própria vida, a fazer-nos criar fantasmas. Umas vezes criados, outras vezes destruídos. Será sempre uma viagem alucinante ao fundo de nós mesmos. Nem poderia ser de outra forma. Quando é de outra forma, perde o sentido. Depois de paranóicos e desnorteados, presenciámos um jogo de ténis. (Andam sempre à procura da verdade e da realidade. Sempre. Precisam que o cinema seja convincente. Mas porquê?)
E quando surge o the end, ainda rodamos a cabeça de um lado para o outro. Porque é assim que se vive o cinema.

29 setembro 2006

Desconcertante

"Não sou um anticomunista primário. Sou um anticomunista universitário. É com esta franqueza, despida das refinadas subtilezas ininteligíveis tão ao gosto da Corte de qualquer época, que Raul Miguel Rosado Fernandes denuncia os que desbaratam inimputavelmente o dinheiro de todos, auxiliados pelo serviço do jornalismo e da justiça, com o seu mercado aberto para as secretarias do poder. Memórias de um rústico erudito é, neste sentido, um retrato realista da alma pouco recomendável da política. Não haja dúvidas de que o seu autor se situa à direita. Mas o retrato que apresenta dificilmente será rejeitado por gente inconformada, descomprometida e séria.

É difícil prender na rigidez duma classificação este conservador liberal que distingue como exemplar o labor de alguns colegas parlamentares comunistas; que se correspondeu com Jorge de Sena ou com José Rodrigues Miguéis; que destrói numa penada essa espécie de claques de futebol que são as Juventudes Partidárias – tudo isto num estilo claro e saboroso, num tom muitas vezes ridente e aqui e ali não limpo de algumas culpas.

A sua não é uma história pessoal de infortúnios, embora tenha descido aos infernos na cilada em que Abril de 74 cedo se tornou; e a eloquência vernacular, admite, foi apurada ali, no curso forte das circunstâncias. Mas não só. Nascido bem, a família garantiu-lhe uma educação invulgar; o seu espírito fez o resto. Apurou a inteligência no estudo dos antigos; Doutor em Filologia Clássica pela Universidade de Lisboa, aí ascendeu a Professor Catedrático ainda com 40 anos de idade (1974) e aí foi Reitor (entre 1979 e 1983). Infatigável na aprendizagem, domina as principais línguas estrangeiras, convive com intelectuais e políticos da mais variada proveniência. Homem de cultura cita com a mesma facilidade Damião de Goes, Henrik Ibsen ou Drummond de Andrade. Tem o instinto da graça, que cultiva sem parcimónia, com a mesma irreverência com que confessa nunca estar imune aos encantos do sexo oposto. Mas nem esses inevitáveis arrebatamentos, nem as suas proverbiais cóleras, parecem falar em seu desabono. Na verdade, só se pronuncia com conhecimento de causa.

E tem-no. Parlamentar na Europa e na Assembleia da República (para a qual se fez eleger, pelo CDS-PP, no distrito de Setúbal, «onde até os gatos são vermelhos»), pode aí comprovar quotidianamente aquilo de que já suspeitava, pois sempre foi homem de acção política. É ao seu reflectido e interveniente desassombro, e ao dos seus companheiros de luta, que se deve em grande parte o que é hoje o associativismo agrícola do país, e bem mais do que isso: a manifestação popular que, em 24 de Novembro de 1975, dividia Portugal ao meio, ostensivamente recusando-se a ser mais uma província soviética. Professor catedrático, Reitor, analisa retrospectivamente o meio universitário, também ele minado por uma competitividade tantas vezes torpe. Gestor agrícola, amante da Natureza, fundador da CAP, conhece os problemas da agricultura portuguesa como poucos, e no campo passa por «engenheiro».

A que se deve a nossa histórica inadaptabilidade às formas superiores de civilização? É uma das perguntas condutoras desta narrativa, que arranca pessoal, com a deliciosa descrição de uma família de grandes senhores da terra alentejanos, espelho de uma parcela pequeníssima do país, e de uma época, o início do século XX.

Aos 72 anos, Raul Miguel Rosado Fernandes diz-se desenganado com o incerto caminho do mundo. Mas o que as suas Memórias também atestam, escritas de cabeça (escritas de cor), é a vontade de não desistir por parte de quem, apesar de tudo, sempre se desdobrou em desvelos para com o país natal. Este testemunho, nítida contenda com o país institucional, é o arremesso do punho (o mesmo punho que inaugurou historicamente o confronto físico no hemiciclo do Parlamento Europeu) que insiste em provar que, na política, nem tudo é glosa do mesmo mote. Que crie, portanto, algum alvoroço."
Livros Cotovia - 28.35 €

26 setembro 2006

What Kind of Blogger Are You?


You Are a Pundit Blogger!



Your blog is smart, insightful, and always a quality read.

Truly appreciated by many, surpassed by only a few

24 setembro 2006

Homenagem à beleza etérea – VI



Há mulheres que não nasceram para ser actrizes, “apenas” belas.
A Inés Sastre é um bom exemplo disto mesmo.

22 setembro 2006

17 setembro 2006

Aviso à tripulação

A partir deste momento, o Mise en Abyme continuará a ser um espaço de tributo ao cinema mas passará a ser também um lugar de divulgação cultural.
Sejam bem-vindos!

03 setembro 2006

Exercício “poético”



Já gastei as palavras pela rua,
Tantos elogios, tantas estupefacções,
E o que ficou é uma torturante admiração pelo teu talento.
Gastei os olhos com o sal das lágrimas,
Gastei-os contigo por seres Charlotte
- I just don’t know what am I supposed to be -
Voltei a gastá-los quando decidiste ser Pursy Will
- But I really don't want to know

Meto as mãos na memória e recordo-me de ti naquela fotografia
A mais perfeita de todas
- Just one moment can change everything

Mas isso era no tempo dos segredos,
Era no tempo em que as tuas personagens eram só minhas,
Era no tempo em que eu acreditava que as tuas personagens eram só minhas.
Hoje são “apenas” personagens.
Não é pouco, mas é verdade,
Personagens minhas e de todos.

Conheci-te quando eras Rebecca.
Acho que te conheci quando eras Rebecca.
Ou terá sido quando eras Rachael e o piano teimava em não soar bem?
Já não sei. Também já não importa.
O passado é inútil como um trapo.
Aquilo que interessa é que continuas a ser.
És Griet, Meg, Alex, Nola e até mesmo Two Delta.
Pouco me importa. Desde que permaneças.

Até breve.

Fotografia retirada daqui.
Poema original de Eugénio de Andrade.