26 setembro 2005

Homenagem à beleza etérea - III



Jacqueline Bisset em La nuit américaine de François Truffaut

8 comentários:

Hugo disse...

É daqueles filmes que não consigo deixar de admirar. Desde o actor louco - ou será uma criança em ponto grande? - interpretado por Jean-Pierre Léaud, ao paciente realizador que tudo aguenta (Truffaut, lui-même), é um filme belo e resume bem o que é o cinema: uma ilusão...

O título (Nuit américaine) sugere isso mesmo. Lembre-se que a "noite americana" é um processo de filmar que simula a noite, utilizando um filtro especial na câmara...

Mafalda Azevedo disse...

Caro Hugo R. Alves,

Assim que vi La Nuit Américaine, fiquei fascinada. François Truffaut, Jean-Pierre Léaud e Jacqueline Bisset (inacreditavelmente perfeita) num filme sobre todos os problemas e alegrias que envolvem a realização de um filme... E, mais do que tudo isso, sobre o amor de um cinéfilo pela sétima arte. Como esquecer a cena em que a criança rouba as fotografias de Citizen Kane? Ou a cena em que ouvimos uma jovem rapariga dizer "Eu deixaria um tipo por um filme, mas nunca deixaria um filme por um tipo."? Enfim... Momentos mágicos que só podem ser inteiramente compreendidos por alguém que também ame o Cinema.
Aproveito para relembrar umas palavras escritas pelo Francisco Valente sobre este mesmo filme:
Mas estas personagens apenas sobrevivem assim, tal como o realizador afirma a um dos seus actores, Alphonse - são pessoas que apenas podem viver no cinema, são demasiadamente frágeis para se agarrarem ao real, ao previsível, ao temporário, ao que os desilude.

P.S. Tenho dúvidas de que o cinema se possa resumir na palavra ilusão...

Hugo disse...

às vezes a falta de reflexão dá nisto (resumir o cinema a "ilusão")... mas convenhamos, que em "noite americana", o leit motiv que se sente com mais acuidade, creio, é a ilusão que o cinema (também) representa...

Mea culpa, mea culpa, minha máxima desculpa como se diz na canção do Sérgio Godinho ("o elixir da eterna juventude). O erro foi meu ;)

Mafalda Azevedo disse...

:) Claro que sim! O cinema também representa a "ilusão". No caso desse filme, até temos o privilégio de sermos espectadores de várias ilusões simultâneas...

Mafalda Azevedo disse...

Não resisto a escrever isto... Grande Sérgio Godinho!

Hugo disse...

Não resisto a comentar, reiterando o comment da Mafalda: Grande Sérgio Godinho!!

Continuando na música, melhor só mesmo o Grande, Enorme! Jacques Brel ;) e claro, Charles Trenet que, curiosamente, conheci graças ao cinema (refiro-me a "Baisers Volés". O tema de abertura é de Trenet) e que, posteriormente, descobri ainda mais ;)

Anónimo disse...

que reste-t-il de nos amours, que reste-t-il de ces beaux jours, une photo, vieille photo de ma jeunesse... un souvenir qui me poursuit sans cesse.

Anónimo disse...

Cada um tem os seus gostos (graças a Deus!) mas comparar o Sérgio Godinho ao Jacques Brel até faz doer o coração.
Calculo poder estar a ofender este mundo e o outro,mas o Sérgio Godinho ao pé do Jacques Brel não passa dum contestatário de meia tijela.