02 maio 2005

Quando a Vida era o Écran

Eis que surge o que virá a ser um dos acontecimentos cinéfilos do ano: a Cinemateca Portuguesa apresenta, neste mês de Maio e no próximo mês de Junho, uma retrospectiva integral de François Truffaut. São vinte e uma longas-metragens e três curtas-metragens - tantos planos, tantos actores, tantas estórias, tanta História.
Desde Les Quatre Cents Coups, obra-prima que nos apresentou ao mundo em 1959, e que mudaria a paisagem cinematográfica francesa para sempre, até Vivement Dimanche! de 1983, passando por filmes como Jules et Jim, Baisers Volés, La Nuit Américaine, ou Le Dernier Métro, esta é uma oportunidade única para relembrar a carreira de um dos realizadores mais significativos de sempre. A sua vida, o alter-ego Jean-Pierre Léaud, actor-orfão, tal como o seu mestre, as mulheres dos seus filmes (nomes tão importantes como Jeanne Moreau, Catherine Deneuve, Isabelle Adjani ou Fanny Ardant), tudo espelhado numa extrema elegância e subtileza que sempre caracterizou o seu cinema.
Para nossa felicidade, foi aí que Truffaut se encontrou, um jovem rebelde crítico, defensor de uma revolução cultural do cinema francês, que se tornou num verdadeiro modelo para qualquer amante cinéfilo, ou amante da vida. Pois a Vida é o Cinema de Truffaut, por jogos de infância, de solidão, de amor, ou de traição. Poucos são os outros em que nos revemos mais, em filmes de tanta riqueza e tão diversos, no cineasta que é o clássico dos modernos. A não perder, por uma questão de Vida.

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