16 dezembro 2013

O melhor de Downton Abbey

 Rir a bandeiras despregadas com a personagem interpretada pela Maggie Smith.

   Rever a Elizabeth McGovern.
 (nunca a esqueceremos em Once Upon a Time in America)

De resto, e bem sei que ainda estou a meio da segunda temporada, não tenho adorado o estilo soap opera em que tudo é possível. Não obstante, e apesar de haver surpresas trágicas de 5 em 5 minutos, continuarei a ver. Nem que seja pela reconstituição histórica e pelo finíssimo sentido de humor. Até breve.

11 dezembro 2013

Boas Festas!

 
Feliz Natal a todos! 
E que 2014 seja substancialmente melhor do que 2013! 

(A ver se a passagem de ano me dá a audácia necessária para começar a usar um batom como o da Cyd Charisse.)

22 novembro 2013

... e por falar em fechos ...

Acabo de saber que, a partir do próximo domingo, dia 24 de Novembro, a MEDEIA FILMES vai deixar de explorar comercialmente o Cinema Medeia King, terminando desta forma a exibição regular de cinema nestas salas.

Suspiro.

20 novembro 2013

A vida flui

Lá fora está escuro. Parecem 22h e ainda são 18h30. Não gosto mesmo nada do Inverno, dos dias curtos, do frio quando se anda na rua e, pior do que tudo, da chuva incessante de algumas manhãs quando saio de casa para ir trabalhar. No entanto, e tenho de dar a mão à palmatória, a verdade é que, sem a tentação da praia ou das caminhadas, é nesta altura do ano que vou a mais exposições, que vejo mais filmes e que leio mais livros. E que ouço mais música e que assisto a mais espetáculos de teatro. Nos últimos dias, tive a sorte de assistir a dois showcases na FNAC que me enriqueceram verdadeiramente. O primeiro, um amor antigo, do meu querido Noiserv. O segundo, um deslumbramento mais recente, da Gisela João, essa força da natureza. Dois discos incríveis - Almost Visible Orchestra e Gisela João, respetivamente – que estão nas lojas à espera de ser comprados ou, melhor ainda, oferecidos neste Natal.
Ainda nestes últimos dias, fui também ver O Preço, de Arthur Miller, ao Teatro Aberto, e saí de lá com a certeza de todos nós sermos, ao longo da vida, levados a “escolher” papéis. Papéis que representamos arduamente e dos quais não conseguimos fugir. Aliado a esta certeza, o desejo enorme de que este teatro não feche e de que esta não tenha sido a sua última representação. Não consigo imaginar nada de tão desolador como a visão da minha vida sem as peças do Teatro Aberto. 

04 novembro 2013

Frances Ha


It’s that thing when you’re with someone and you love them and they know it, and they love you and you know it, but it’s a party! And you’re both talking to other people and you’re laughing and shining and you look across the room and catch each other’s eyes. But…but not because you’re possessive or it’s precisely sexual but because that is your person in this life. And it’s funny and sad but only because this life will end. And it’s this secret world that exists right there in public unnoticed that no one knows about. It’s sort of like how they say that other dimensions exist all around us, but we don’t have the ability to perceive them. That’s…that’s what I want out of a relationship or just life, I guess.

Obrigada Frances

28 outubro 2013

Mais coisas que melhoram a vida


Um livro que me foi oferecido em 2007, por uma querida amiga, e que só agora li. É caso para dizer tardo, mas não falho. A tradução é de um saudoso Professor com quem tive aulas na Faculdade e a história, que, por aquilo que sei, foi adaptada ao cinema, é um relato sobre o horror, o conformismo e a fragilidade humana. Depois de o ler, fiquei com ainda mais vontade de ir ver o Hannah Arendt.

Footnote (2011) | (título inglês)

Um filme comovente que tive a oportunidade de ver no cinema Renoir, em Madrid, onde gosto sempre de voltar quando vou à capital espanhola. Ali perto, descobri mais uma relíquia madrilena: um café, El Apartamento del No 5, que homenageia o universo de Billy Wilder.

Foto: Este es el color de mis sueños, Joan Miró (1925)

Vi este quadro, pela primeira vez, em Nova Iorque e nunca mais o esqueci. Nem imaginam a minha felicidade quando o revi numa exposição, que reflete sobre as relações entre o Surrealismo e o Sonho, em pleno Museu Thyssen-Bornemisza.

À procura de um casaco para enfrentar o frio






O que eu gostava de ter um dos casacos que a Kerry Washington (suspiro) usa na série Scandal… Podia ser que, quando o vestisse, me começasse a sentir tão indestrutível como a Olivia Pope… 

20 outubro 2013

Coisas que valem a pena

Breaking Bad: uma das mais incríveis séries de sempre. 

Parks and Recreation: obrigada a todos pelas gargalhadas.

The Conjuringuma sentida vénia ao Mestre James Wan. 

Já nem sei há quanto tempo é que não via uma telenovela mas, se tivesse de adivinhar, diria que passaram 10 anos desde a última. Numa das minhas sessões de zapping, apercebi-me de que a SIC está a transmitir uma telenovela portuguesa – Sol de Inverno – que conta com as interpretações de alguns dos meus atores preferidos: Rita Blanco, Maria João Luís, Victória Guerra, Rui Morisson, Lia Gama, Ana Padrão, entre tantos outros. Foi então que pensei que passo a vida a ver séries americanas e que não tenho dado grandes hipóteses à produção televisiva que se faz por cá. E bom. Dito isto, tornei-me uma espetadora assídua da dita telenovela. A ver que tal progride. Até agora, a visão diária da Joana Ribeiro, ainda a descobrir o seu caminho como atriz, é uma bela consolação.

02 setembro 2013

Mulheres, charutos e vinho

 
Marcos Palmeira, uma espécie de Don Draper à brasileira.


Carolina Holanda, uma epifania logo no primeiro episódio. 
 

Erika Mader, sobrinha da Malu Mader e igualmente sensual. 
 

As férias já lá vão e os anos não perdoam. Ultimamente, tenho andado deliciada com a série Mandrake, inspirada no universo do "meu" Rubem Fonseca e criada por José Henrique Fonseca, filho do escritor. Obrigada pelo presente tão especial. Avizinham-se muitas horas de emoção. 

22 julho 2013

Encontrei a motivação certa para mim


A série Dexter tem vindo a perder qualidade a olhos vistos. E, pior do que isso, tem desrespeitado as suas personagens de uma forma infame. Assim, e apesar de haver uma parte de mim que quer saber como é que tudo vai acabar, as duas últimas temporadas conseguiram ser tão medíocres que me estava a faltar a coragem para ver a tão esperada final season. Eis senão quando descubro que a Charlotte Rampling é a grande novidade desta nova temporada… E bom… Tudo mudou… Ontem à noite, vi três episódios de uma só vez. A ver vamos, Dexter. A ver vamos.

20 junho 2013

De luto

James Gandolfini (1961-2013)
 
Bigger than life

02 junho 2013

Quartet (2012)


Não sei se o querido Manuel ainda é leitor deste blogue, mas este filme faria as suas delícias, quer-me cá parecer. Absolutamente adorável. E ainda tem a Maggie Smith, esse exemplo de distinção e de classe.

Os Verdes Anos, versão 2013

(fotografia tirada com um BlackBerry em plena Avenida 5 de Outubro)

Será que, passados 50 anos, a história poderia repetir-se?

11 maio 2013

Beat the Devil (1953)


A prova de que não basta juntar-se Humphrey Bogart, Gina Lollobrigida, Peter Lorre, John Huston e Truman Capote para se ter um bom filme. Bom fim-de-semana. 

07 maio 2013

A adolescência aqui tão perto


Uma alucinação pop que é um filme, mas que também poderia ser um longo teledisco ou um jogo de vídeo. Câmaras lentas, tons fluorescentes, música altíssima. Repetitivo e fatigante, sem dúvida. Mas também inesperado e comovente. A minha adolescência foi, de uma forma geral, alegre. Houve momentos dramáticos, claro, repletos de choradeiras e de exageros, mas houve alturas, e não foram assim tão poucas, em que a certeza de ter bons amigos era mais importante do que qualquer outra coisa. Talvez por isso, houve instantes neste Spring Breakers que me enterneceram. Sim, é essa a palavra certa. Os abraços, as partilhas, os gritinhos, as cantorias (até a própria Britney Spears), as brincadeiras infantis, as bebedeiras, as cumplicidades, a sensação de se ter todo o tempo do mundo, a excitação de se ir fazer uma viagem de camioneta… E que saudades desses tempos! Nada voltará a ser como na adolescência, essa época de inocência e de avidez. E se é verdade que Spring Breakers reflete todos esses sentimentos de uma forma hábil, também é verdade que o filme vai muito além de uma historieta de adolescentes convencionais. Há orgias, drogas, rabos e mamilos para todos os gostos. Uma espécie de pesadelo suado, interminável e superficial. No entanto, e tire-se o chapéu a Harmony Korine, há também um lado inesperado e surpreendente. Nada se desenrola como imaginamos e essa “inesperabilidade” é aquilo que nos faz continuar a ver o filme. Isso e o facto de ser um objeto irónico que não tem o menor problema em desconstruir o "American Dream". Vejam e digam de vossa justiça.

06 maio 2013

Primeiro mergulho do ano


Aí está ele, o mar, a mais ininteligível das existências não humanas. 
E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos.
Clarice Lispector

Foi ontem. Num mar frio, tal e qual como eu gosto, mas sem ondas para furar. Tudo a seu tempo. Para já contentemo-nos por estarmos, devagar devagarinho, a entrar na fase mais aprazível do ano. Não que as últimas semanas tenham sido más. Antes pelo contrário. Houve tempo para rir com a indecifrável estalajadeira de Carlo Goldoni, encenada pelo Jorge Silva Melo e interpretada pela fora de série Catarina Wallenstein; para descobrir a Clarice Lispector na Gulbenkian através de gavetas e de imagens; e para começar a ler Agosto, mais um romance de Rubem Fonseca. A propósito deste livro, deixo-vos um excerto da crónica de José Riço Direitinho, publicada no último número da revista Ler

porque para ele [Rubem Fonseca] os crimes misteriosos servem apenas de invólucro ao que lhe interessa verdadeiramente narrar: a coleção de pequenas tragédias das existências quotidianas, os singulares dramas humanos numa grande metrópole como o Rio de Janeiro, a violência que é íntima da solidão, e a brutalidade do vazio do espírito numa sociedade onde toda a transgressão é punida. Mas o mundo sujo da criminalidade continua com a mesma sujidade depois de ter sido “feita justiça”, não há possibilidade de remissão nas histórias de Fonseca. E não raramente os “bandidos” são os anti-heróis, românticos e solitários, apesar do seu característico “ódio frio”, e os “bons” são céticos e cínicos face ao mundo, e nem sempre tão “bons” como esperamos.

Até breve.

12 abril 2013

As mulheres de Forbrydelsen | The Killing


 
A caminho do quinto episódio. 
Acompanhada pelas personagens mais intrigantes que se possa imaginar.

10 abril 2013

Jorge Silva Melo na FNAC Chiado



Há quatro anos que a minha atividade profissional também inclui a tarefa de organizar exposições de fotografia. Desde o primeiro contacto com a entidade/fotógrafo que detém as imagens, passando pela seleção das mesmas, pela resolução da ordem final, pelo processo de impressão e acabando no momento em que é preciso arregaçar as mangas, lavar vidros e colocar molduras na parede. Esta exposição, que estará na FNAC Chiado até 27 de Maio, deu-me um gozo especial. E, no dia da inauguração, foi extraordinário ouvir o Jorge Silva Melo – um dos meus ídolos intelectuais desde que entrei na Faculdade de Letras e comecei a ler o Mil Folhas – a tagarelar sobre cada uma das fotografias, daquela forma tão característica, apaixonante e única. Fica o vídeo para quem tiver curiosidade.

Rumo ao Norte

Mads Mikkelsen

Nunca visitei os países nórdicos, mas, às vezes, parece que já lá vivi (terá sido noutra vida?). Creio que tenho mais afinidades com a Suécia do que, por exemplo, com a Espanha, onde já fui inúmeras vezes e que sempre me pareceu um país pouco aberto e até tacanho. Estranho, não é? E de onde vem este fascínio e esta certeza de que viveria compreendida no norte da Europa? Dos filmes, dos livros e das séries, claro. Conheço a Suécia a partir do Bergman, do Lukas Moodysson e do Stieg Larsson. (E dos ABBA e da H&M, mas isso agora não vem ao caso.) Quanto à Dinamarca, comecei pelo Lars von Trier e, embora nunca tenha visto a sua obra completa, fiquei muito marcada pelo Dogville. Nos últimos dias, descobri o universo do Thomas Vinterberg a partir da obra-prima A Caça, em que a vida de um inocente, magnificamente interpretado pelo Mads Mikkelsen, é arruinada através de uma mentira inventada por uma criança. Espero, em breve, conseguir ver o tão polémico A Festa. Entretanto, ainda ontem comecei a ver a série The Killing – a versão dinamarquesa, claro – e algo me diz que vai ser memorável. No que diz respeito à Noruega, e para além do recente Oslo, 31 de Agosto, haverá sempre as peças de Henrik Ibsen, no papel e em palco. 
Tudo isto é tremendamente redutor, claro. Não suponho que seja possível conhecer um país (quanto mais três!), uma sociedade ou uma forma de estar tão peculiares através de alguns exemplos culturais que essa mesma sociedade produziu. No entanto, não há dúvida de que estes ambientes e mentalidades me seduzem, como uma espécie de íman, e de que, mais cedo ou mais tarde, estarei dentro de um avião a caminho da Escandinávia. Pode ser que arranje estadia na ilha de Fårö. 

22 março 2013

A loucura aqui tão perto, porém tão surpreendente



Farta de ler elogios à atual “namoradinha” da América, a Jennifer Lawrence, enfiei-me numa sala de cinema para contemplar uma outra atriz, praticamente da mesma idade da recém-vencedora do Óscar, mas tão mais inebriante: a Rooney Mara, com as suas feições bem desenhadas e aquele olhar indecifrável. Há muito que não via um filme de Steven Soderbergh. Deixei escapar os tão falados The Girlfriend Experience e Magic Mike e ontem lá fui ver o thriller Side Effects. O mais curioso de tudo? É que este filme deve mais a Hitchcock do que se poderia pensar. Aquele início, em que a câmara entra dentro do apartamento nova-iorquino onde alguém acaba de morrer, e o próprio argumento, com a indústria farmacêutica e um antidepressivo a funcionarem como um belíssimo MacGuffin, deixaram-me realmente entusiasmada. E aquela primeira parte, cheia de contenção e de classe, com uma incrível Rooney Mara a fazer com que gostemos dela, com que tenhamos pena dela, com que torçamos indubitavelmente por ela, deixou-me arrepiada. Uma interpretação perfeita, entre a pureza e a sordidez, digna de muitos elogios. E, repito, que feições!