Lá fora está escuro. Parecem 22h e ainda são 18h30. Não gosto mesmo nada do Inverno, dos dias curtos, do frio quando se anda na rua e, pior do que tudo, da chuva incessante de algumas manhãs quando saio de casa para ir trabalhar. No entanto, e tenho de dar a mão à palmatória, a verdade é que, sem a tentação da praia ou das caminhadas, é nesta altura do ano que vou a mais exposições, que vejo mais filmes e que leio mais livros. E que ouço mais música e que assisto a mais espetáculos de teatro. Nos últimos dias, tive a sorte de assistir a dois showcases na FNAC que me enriqueceram verdadeiramente. O primeiro, um amor antigo, do meu querido Noiserv. O segundo, um deslumbramento mais recente, da Gisela João, essa força da natureza. Dois discos incríveis - Almost Visible Orchestra e Gisela João, respetivamente – que estão nas lojas à espera de ser comprados ou, melhor ainda, oferecidos neste Natal.
Ainda nestes últimos dias, fui também ver O Preço, de Arthur Miller, ao Teatro Aberto, e saí de lá com a certeza de todos nós sermos, ao longo da vida, levados a “escolher” papéis. Papéis que representamos arduamente e dos quais não conseguimos fugir. Aliado a esta certeza, o desejo enorme de que este teatro não feche e de que esta não tenha sido a sua última representação. Não consigo imaginar nada de tão desolador como a visão da minha vida sem as peças do Teatro Aberto.
4 comentários:
Fechar? Como assim? Estou por fora!
Quero imenso ver o preço...
Nabur
Sim, querida Nabur. Deixo-te uma triste notícia: http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=77359
A Gisela João é fantástica. Tive oportunidade de a ver ao vivo em duas ocasiões, e para além de ser muito simpática fez-me redescobrir um género que sempre considerei pouco interessante - o fado.
Beijinhos e boas descobertas
E é tão bonita Ricardo... Um beijinho.
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