29 agosto 2009

Do you remember the time?

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Demorei muito pra te encontrar
Agora eu quero só você
Seu jeito todo especial de ser
Eu fico louco com você
Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer
Só sinto com você
Meu pensamento voa de encontro ao teu
Será que é sonho meu?
Tava cansado de me preocupar
quantas vezes eu dancei
E quantas vezes que eu só fiquei
chorei, chorei
Agora eu quero ir fundo lá na emoção
Mexer teu coração
Salta comigo alto e todo mundo vê
que eu quero só você

Foram muitas tardes a cantar esta música. E muitas noites a dançá-la. Éramos meninas de liceu e só queríamos que tudo isto acontecesse. E aconteceu. Parabéns à minha querida e linda Nabur.

27 agosto 2009

Então é assim?

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Mais uma insónia. Ligo a televisão e dou de caras com duas estrelas do meu cinema, a Jennifer Beals e a Cybill Shepherd, a contracenarem numa série sobre lésbicas. Parece que se chama The L Word e que toda a gente sabe o que é. Eu não sabia e achei uma valente porcaria. Duas actrizes a chafurdarem num filme pornográfico que nem se assume como tal. Uma tristeza.

21 agosto 2009

En Tus Brazos

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É hoje! PARABÉNS!

20 agosto 2009

19 agosto 2009

14 agosto 2009

Está na hora

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Luís Miguel Oliveira, crítico de cinema do Ípsilon, já assinou algumas opiniões que me tiraram do sério. Lembro-me sempre da sua má vontade para com A Tale of Two Sisters e do seu desprezo velado pelo enorme Charlie Kaufman.
Hoje, no entanto, é este mesmo homem que assina um texto prodigioso sobre a mais recente longa-metragem dos estúdios de animação Disney/Pixar, Up. Lê-lo assim, tão compassivo e atento, é um prazer imenso. De reter a comparação final que passo a citar:

Mexendo nuns pormenores aqui e ali, não ficávamos longe de um "Gran Torino" em desenho animado. Exagero? Um bocadinho. Mas a justeza e a autenticidade do "trânsito" emocional entre aquelas duas personagens pedem que se exagere esse bocadinho.

Obrigada.

13 agosto 2009

As Praias de Agnès

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Longe do Project Runway e do Sex and the City, guilty pleasures imprescindíveis para a sanidade mental de qualquer indivíduo, desloquei-me até ao novo cinema da Avenida de Roma para assistir ao filme As Praias de Agnès. Cerca de duas horas depois, encharcada em lágrimas e em recordações, saía dessa mesma sala de cinema, de ouvidos postos nos elogios que não cessavam e feliz como se aquele fosse o meu filme e não o de Agnès Varda.
Para qualquer cinéfilo ou curioso que se preze, o nome Agnès Varda é facilmente reconhecível. Seja por ter sido a companheira de Jacques Demy, uma fotógrafa de fibra ou uma referência do movimento nouvelle vague. Qualquer razão é válida para agradecermos a sua existência. E este novo filme, auto-reflexão em película, faz-nos acreditar que a conhecemos e que somos parte da sua obra. Assim como o Philippe Noiret, o Gérard Depardieu, o Harrison Ford, a Jane Birkin, o Fidel Castro e até o Jim Morrison.
Um filme vivo, uma auto-reflexão em película, um prodígio de registos. Varda salta de registo em registo, ora dramático, ora teatral, ora revivalista, ora cómico, ora surrealista, ora burlesco, ora realista, ora romântico, e, nunca, nem por um momento, perde o pé. Nem mesmo quando fala de Jacques Demy. Nem mesmo quando o filma, centímetro a centímetro, tão perto que parece que lhe sentimos o cheiro. Nem mesmo quando anuncia ao mundo que o amor da sua vida morreu de SIDA. Nem mesmo aí. E é por tudo isto, e por muito mais, acreditem, que desejamos que a 10ª Festa do Cinema Francês cumpra o seu propósito e traga esta senhora a Portugal. Se tal acontecer, ficaremos eternamente gratos.
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Que bom se torna reconhecê-la na diferença e na capacidade de mudar sempre, como se tudo recomeçasse a cada filme.
Mário Jorge Torres, Ípsilon de 7 de Agosto

04 agosto 2009

A melhor notícia do dia

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E agora vou ali saltar de contentamento e já volto.

30 julho 2009

Smart People


Há fases na vida em que uma pessoa não sabe de que lado da barricada é que quer estar. E há momentos em que o sabe perfeitamente e não tem vontade de mexer um dedo. E também há alturas, e essas talvez sejam as mais dolorosas, em que nos penitenciamos pelo nosso percurso, pelas escolhas feitas e pelas opções tomadas.
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O Professor Lawrence Wetherhold procurava uma editora para o seu livro e encontrou-a. E até é a Penguin. O problema é que a obra vai ser reduzida a uma peça de escrita discutível e nunca será um volume sério de crítica literária.
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O Mise en Abyme aceita que este não seja o problema central de Smart People. E também aceita que a cena final, de que gostou tanto, passe ao lado das necessidades de afirmação dos espectadores. (Mas não resiste a recomendá-la.)

20 julho 2009

Não posso e não quero perder isto

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Coisas tristes

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Chegar a casa, ligar a televisão e dar de caras com o Mr. T a fazer propaganda a uma maquineta de cozinha chamada Flavor Wave. Longe vão os tempos do Rocky ou da A-Team...

07 julho 2009

30 junho 2009

!!! revista zeronove !!!

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A partir de hoje, podem ler-me AQUI.


(É que está mesmo incrível, não está?)

26 junho 2009

23 junho 2009

Para o A. J.

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A MÃO NO ARADO
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Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
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Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua
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É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro

É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solidário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o mar
e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã
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Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente
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Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente
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Ruy Belo

21 junho 2009