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Longe do Project Runway e do Sex and the City, guilty pleasures imprescindíveis para a sanidade mental de qualquer indivíduo, desloquei-me até ao novo cinema da Avenida de Roma para assistir ao filme As Praias de Agnès. Cerca de duas horas depois, encharcada em lágrimas e em recordações, saía dessa mesma sala de cinema, de ouvidos postos nos elogios que não cessavam e feliz como se aquele fosse o meu filme e não o de Agnès Varda.
Para qualquer cinéfilo ou curioso que se preze, o nome Agnès Varda é facilmente reconhecível. Seja por ter sido a companheira de Jacques Demy, uma fotógrafa de fibra ou uma referência do movimento nouvelle vague. Qualquer razão é válida para agradecermos a sua existência. E este novo filme, auto-reflexão em película, faz-nos acreditar que a conhecemos e que somos parte da sua obra. Assim como o Philippe Noiret, o Gérard Depardieu, o Harrison Ford, a Jane Birkin, o Fidel Castro e até o Jim Morrison.
Um filme vivo, uma auto-reflexão em película, um prodígio de registos. Varda salta de registo em registo, ora dramático, ora teatral, ora revivalista, ora cómico, ora surrealista, ora burlesco, ora realista, ora romântico, e, nunca, nem por um momento, perde o pé. Nem mesmo quando fala de Jacques Demy. Nem mesmo quando o filma, centímetro a centímetro, tão perto que parece que lhe sentimos o cheiro. Nem mesmo quando anuncia ao mundo que o amor da sua vida morreu de SIDA. Nem mesmo aí. E é por tudo isto, e por muito mais, acreditem, que desejamos que a 10ª Festa do Cinema Francês cumpra o seu propósito e traga esta senhora a Portugal. Se tal acontecer, ficaremos eternamente gratos.
Longe do Project Runway e do Sex and the City, guilty pleasures imprescindíveis para a sanidade mental de qualquer indivíduo, desloquei-me até ao novo cinema da Avenida de Roma para assistir ao filme As Praias de Agnès. Cerca de duas horas depois, encharcada em lágrimas e em recordações, saía dessa mesma sala de cinema, de ouvidos postos nos elogios que não cessavam e feliz como se aquele fosse o meu filme e não o de Agnès Varda.
Para qualquer cinéfilo ou curioso que se preze, o nome Agnès Varda é facilmente reconhecível. Seja por ter sido a companheira de Jacques Demy, uma fotógrafa de fibra ou uma referência do movimento nouvelle vague. Qualquer razão é válida para agradecermos a sua existência. E este novo filme, auto-reflexão em película, faz-nos acreditar que a conhecemos e que somos parte da sua obra. Assim como o Philippe Noiret, o Gérard Depardieu, o Harrison Ford, a Jane Birkin, o Fidel Castro e até o Jim Morrison.
Um filme vivo, uma auto-reflexão em película, um prodígio de registos. Varda salta de registo em registo, ora dramático, ora teatral, ora revivalista, ora cómico, ora surrealista, ora burlesco, ora realista, ora romântico, e, nunca, nem por um momento, perde o pé. Nem mesmo quando fala de Jacques Demy. Nem mesmo quando o filma, centímetro a centímetro, tão perto que parece que lhe sentimos o cheiro. Nem mesmo quando anuncia ao mundo que o amor da sua vida morreu de SIDA. Nem mesmo aí. E é por tudo isto, e por muito mais, acreditem, que desejamos que a 10ª Festa do Cinema Francês cumpra o seu propósito e traga esta senhora a Portugal. Se tal acontecer, ficaremos eternamente gratos.
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Que bom se torna reconhecê-la na diferença e na capacidade de mudar sempre, como se tudo recomeçasse a cada filme.
Mário Jorge Torres, Ípsilon de 7 de Agosto
Mário Jorge Torres, Ípsilon de 7 de Agosto
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