Mark Rothko - Tate Modern / Até 01 - 02 - 2009
-
Nesta altura, já tinha lido A realidade do artista e estava convencida de que tinha compreendido a grandiosidade do legado artístico de Mark Rothko. Só mais tarde, quando vim viver para Londres e passei a visitar, regularmente, a sala de Rothko na Tate Modern, é que me apercebi do longo caminho que teria de percorrer até amadurecer as minhas reflexões.
Quando se entra na referida sala, é necessário que o visitante esteja preparado psicologicamente para levar a cabo uma introspecção genuína, ao mesmo tempo que deve manter os olhos bem abertos. Sem este tipo de comportamento, talvez nem valha a pena entrar.
Quando se entra na referida sala, é necessário que o visitante esteja preparado psicologicamente para levar a cabo uma introspecção genuína, ao mesmo tempo que deve manter os olhos bem abertos. Sem este tipo de comportamento, talvez nem valha a pena entrar.
Há alguns meses, tive o privilégio de ser apresentada ao pintor Jorge Gil, também conhecido por ser o fundador do programa de rádio Em Órbita. Conversa puxa conversa, acabámos por falar na referida sala e no facto de o pintor português ter desenvolvido uma paralisia facial como resultado das horas que lá passou.
Assim que soube que a Tate Modern ia expor vários trabalhos de Rothko, fiquei deveras ansiosa e a verdade é que a exposição superou as minhas expectativas. Há toda uma parte pedagógica, dedicada a ensinamentos sobre a melhor forma de distinguir camadas de tinta, o sentido dos pincéis e as alterações de última hora. Depois, há um conjunto de obras, algumas já vistas e outras não.
Mais uma vez, somos assaltados pela melancolia posta em tela por alguém que quis que a vivêssemos. Alguém que definia estados de espírito através de cores e que nos relembra Ingmar Bergman: "Cries and Whispers is an exploration of the soul, and ever since childhood, I have imagined the soul to be a damp membrane in varying shades of red."
-
Annie Leibovitz - National Portrait Gallery / Até 01 - 02 - 2009
-
This is one life, and the personal pictures and the assignment work are all part of it.
Tal como avisa a fotógrafa no panfleto promocional, esta exposição revela-nos muito sobre a sua vida profissional e também sobre a sua vida pessoal – a infância, a doença do pai, o envelhecimento da mãe, a morte da companheira Susan Sontag e o nascimento das filhas.
As fotografias "profissionais", ou aquelas cujo fotografado não pertence à família da autora, são inesquecíveis: os atletas olímpicos, os cenários de guerra, o bailarino Mikhail Baryshnikov e, claro, as nossas Scarlett Johansson, Cate Blanchett e Uma Thurman, e os nossos Al Pacino, Robert De Niro e Jack Nicholson.
Desta falsa dicotomia, pessoal / profissional, resulta uma constante e agradável sensação de estarmos a ser voyeurs da intimidade de Annie Leibovitz. Imperdível!
4 comentários:
A minha favorita Annie Leibovitz: Johnny Cash (and his family) 2001. Muito suspeito da minha parte, claro!
Beijinho!
Olha, e tu que não foste connosco.
É uma grande exposição!
Beijinhos
Tiago C
É mesmo. Adorei!
=)
Também queria muito ir ver a exposição da Annie Leibovitz! A vida está a tentar trocar-me as voltas, mas ainda estou a ver se lhas troco eu!
:)
Enviar um comentário