A minha avó costumava queixar-se do pó. Repetia, para quem a quisesse ouvir, que comprar móveis escuros para o escritório tinha sido um grande erro. O pó, dizia ela, era a natureza morta a decompor-se.
Em tempos, conheci um Mário de Sá-Carneiro que, tal como o original, havia de se suicidar. E este Sá-Carneiro, estouvado e tão talentoso, desrespeitava todas as regras até conseguir aquilo que queria.
Morto e, possivelmente, enterrado, recuso-me a encará-lo como pó branco espalhado por móveis escuros. À força do egoísmo, tentarei reencontrá-lo até acalmar a minha consciência.
Em tempos, conheci um Mário de Sá-Carneiro que, tal como o original, havia de se suicidar. E este Sá-Carneiro, estouvado e tão talentoso, desrespeitava todas as regras até conseguir aquilo que queria.
Morto e, possivelmente, enterrado, recuso-me a encará-lo como pó branco espalhado por móveis escuros. À força do egoísmo, tentarei reencontrá-lo até acalmar a minha consciência.
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