Um dos filmes que trouxe na mala de viagem foi O Verão de Kikujiro (1999) de Takeshi Kitano, o mais japonês dos cineastas japoneses. Tinha-o lá em casa, numa espécie de lista de espera para ser visto. Nem sei por que motivo demorei tanto a vê-lo. É um excelente filme. E que excelente escolha estrutural para fazer um filme: transformá-lo num livro de imagens em que o autor é uma criança com asas de anjo.
Masao é um rapaz que vive sozinho com a avó em Tóquio. Não tem pai e só conhece a mãe através de fotografias. Numa tarde de férias, decide procurá-la sem dizer nada à avó e acaba por ser escoltado por um homem chamado Kikujiro (Takeshi Kitano). Uma excursão às corridas de bicicleta é a primeira aventura deste road movie que, como o próprio realizador refere, combina comédia e timidez. No fim, Masao e Kikujiro descobrem que têm muito mais em comum do que parecia e os espectadores aproveitam, espero que aproveitem, para reflectir sobre as relações entre personagens e sobre o conceito de Família.
(Já sabemos que a pessoa e a sociedade são formadas e estruturadas a partir da Família. Mas que Família é essa? Uma Família que nasce de uma relação estável e livre entre um homem e uma mulher, dentro da qual os filhos são gerados e educados? Ou poderá a nossa Família ser constituída por um homem que se conheceu por mero acaso e que transformou a nossa vida?)
P.S. É inevitável referir que Kikujiro era o nome do pai do próprio realizador.
P.S.1 Já o tenho!
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