Quero viver no mundo do Nicholas Ray. Um mundo onde há lugar para marginais e falhados. Um mundo que não se limita a integrar os excluídos da sociedade mas que lhes oferece um pódio para que possam ser reconhecidos como verdadeiros heróis.
Quero viver rodeada por mulheres que acreditam no amor e que o vivem até às últimas consequências. Quero conhecer a Keechie do They Live by Night, a Mary Malden do On Dangerous Ground, a Vienna do Johnny Guitar e a Zee do The True Story of Jesse James.
Quero aprender a sobreviver à dimensão trágica da vida, quero viver tal e qual como nos seus filmes: experimentar cada segundo de forma pulsante. Quero adormecer num western, acordar num film noir e viajar num road movie. Quero ser parte do dramatismo e do lirismo de Ray.
Quero aprender a sobreviver à dimensão trágica da vida, quero viver tal e qual como nos seus filmes: experimentar cada segundo de forma pulsante. Quero adormecer num western, acordar num film noir e viajar num road movie. Quero ser parte do dramatismo e do lirismo de Ray.
Quero atravessar o seu mundo, ser testemunha das suas perseguições. Quero mudar-me para o seu cinema e ficar lá até me apetecer voltar.
6 comentários:
Belíssimo e sentido texto.
Eu já encontrei um Johnny Guitar, uma Keechie, um capitão Leigh, um Dix Steele, um Jim e uma Judy.
Estão todos os dias à nossa frente, à secretária, no prédio ao lado, na lojinha da esquina, num olhar que por vezes ignoramos, mas que quando voltamos a pensar nisso, poderá já ser tarde.
"We can't go home again"
"I contradict myself, i always contradict myself"
O Ricardo disse tudo ;)
Esqueçamos a máxima: "You can wake up now, the universe has ended",(de "Rebel without a cause") frase que detesto . Apenas por ser verdadeira... vamos embarcar no sonho então (como diria Sebastião da Gama) e ocupar o mundo de Ray, tão mais intenso e verdadeiro.
Gostava de viver no mundo do Tim Burton em que se pode ser mau porque todas as pessoas são más. Quero ser o Jack Skellington e estar apaixonado por uma boneca de trapos que tem um enchimento de folhas de plátano.
Quero não morrer por já estar morto, quero reoubar o Natal e desfazer o Woogie Boogie a puxar uma linha da roupa dele.
Queria dizer-te que adorei este último post "Momento de Pausa". Achei-o mesmo inspirador, e deixou-me cheia de curiosidade de conhecer os filmes do Nicholas Ray!
Beijinhos Grandes
Eu nunca me cruzei com nenhuma dessas personagens. Sim, eu sou um cinéfilo muito incompleto. Mas também afirmo: Hei-de cruzar.
E este texto e respectivos comentários fizeram com que sinta que esse cruzamento será ligeiramente acelerado.
Até mais.
Très beau texte
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