Liv & Ingmar (2012)
26 janeiro 2014
18 janeiro 2014
O homem que não tinha medo do silêncio
Hoje, depois de ontem à noite ter ido ver o Sonata de Outono ao Nimas, resolvi dedicar grande parte do meu dia a Ingmar Bergman. Nem sempre tenho coragem para voltar a ele, mas esta manhã senti essa necessidade e resolvi ver os três documentários que me foram oferecidos depois de um atencioso leitor, a quem agradeço muitíssimo, ter tido o cuidado de me alertar para a sua existência e importância.
Já conhecia muitas das histórias que ali são contadas pelo realizador, especialmente por ter lido o Lanterna Mágica, mas foi extraordinário poder ouvir e ver o homem, a quem devo tanto, a falar sobre a mulher da sua vida - Ingrid –, a revelar pormenores da sua casa e do seu cinema privado, a confessar o seu repúdio pelos críticos e o seu amor pela música e a lamentar a maior deceção da sua vida.
Ei-lo, para nos mostrar na nossa nudez, dizia a capa do Ípsilon de 10 de Janeiro e é tāo verdade. Ingmar Bergman, como mais ninguém, compreendeu e, mais importante, conseguiu transmitir a verdade sobre o ser humano. A nós, e perante a impossibilidade de algum dia o virmos a conhecer pessoalmente, resta-nos agradecer e esperar que ele, homem que cria em espíritos e fantasmas, nos ouça. Mil vezes obrigada Ingmar Bergman.
13 janeiro 2014
Ladies do it better
Helen Mirren, Globos de Ouro 2014
Emmanuelle Riva, Óscares 2013
Outro bom exemplo: Meryl Streep, Óscares 2010
Há quase um ano, aqui neste mesmo
blog, bati uma salva de palmas à Rititi a propósito do texto que ela escreveu
sobre a classe da Emmanuelle Riva em comparação com o "estilo da Jennifer
Lawrence ou da Amy Adams, meninas disfarçadas de princesas”. E hoje, enquanto
espreitava as fotografias da gala de ontem dos Globos de Ouro, voltei a
lembrar-me desse mesmo post quando me apercebi de que a mulher mais bem vestida
da noite, aquela que sobressaía pela sua elegância e classe, era a Helen
Mirren.
Repetindo as sábias palavras da Rititi: "Isto que vocês estão a
ver chama-se ter classe, ser superior, indiferente até, ao vestido que se usa
ou aos sapatos e às jóias que nos decoram. Ter classe não tem nada a ver com roupa,
nem com o estilo e muito menos com a moda, mas sim com a sabedoria, com a
idade, com a vida."
Admiro imensamente a beleza feminina,
mas prezo ainda mais aquelas mulheres que, para além da sua beleza, da sua star
quality de que tanto se fala hoje em dia, revelam inteligência, experiência de vida e serenidade através da sua expressão facial.
12 janeiro 2014
Tal Pai, Tal Filho
Se eu, por algum acaso da vida, me tornasse realizadora, gostava de saber fazer um filme como este:
Este é o meu cinema, aquele que vive dentro de mim, aquele que me reflete e me transcende.
Delicado
Atento
Profundo
Inteligente
Enternecedor
02 janeiro 2014
2014, finalmente
Esta fotografia, cuja autoria desconheço, representa aquilo que desejo para 2014: serenidade e conforto. E tudo o que isso implica, claro: saúde, bem-estar e muito amor à minha volta. E livros memoráveis. E filmes excelentes. Contem-me histórias, daquelas mesmo boas, que me comovam e me ponham a refletir sobre a vida de todos nós. E ofereçam-me presentes, assim de vez em quando. Não há nada mais triste do que uma vida sem surpresas, sem lembranças. Convém não esquecer que o amor, a amizade e a gratidão também se expressam através de um postal, de uma carta, de uma flor, de um presentinho embrulhado. Eu cá farei um esforço para não me esquecer disto e para levar um bocadinho de alegria às pessoas de quem gosto tanto.
Equinócio
Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro o pano de um teatro
um passeio de noite a sós de bicicleta
o riso que ninguém reteve num retrato
Folheia-se num bar o horário da Morte
Encomenda-se um gim enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cena
Chega-se a este ponto Arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela Acender o cachimbo
para deixar no mundo uma herança de fumo
Rola mais um trovão Chega-se a este ponto
em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do Sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe
Equinócio
Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro o pano de um teatro
um passeio de noite a sós de bicicleta
o riso que ninguém reteve num retrato
Folheia-se num bar o horário da Morte
Encomenda-se um gim enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cena
Chega-se a este ponto Arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela Acender o cachimbo
para deixar no mundo uma herança de fumo
Rola mais um trovão Chega-se a este ponto
em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do Sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe
David Mourão-Ferreira
E parabéns ao Mise en Abyme pelos seus 9 anos.
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