30 outubro 2012

O Gebo e a Sombra


O texto de O Gebo e a Sombra passa-se num só lugar. Eu é que alarguei um pouco o espaço para o exterior. Na peça de teatro não há rua nem mudança de cenário, não era viável. É a diferença entre o teatro e o cinema: o cinema é mais amplo; menos amplo que a literatura, mas muito mais amplo que o teatro. As personagens esperam, de facto, que alguma coisa aconteça ao mesmo tempo que desejam que nada de mal sobrevenha. A felicidade é, como se diz no filme, não acontecer coisa nenhuma e nos meus filmes pouco ou nada parece acontecer. E, no entanto, acontece. Como podemos explicar a vida? A vida não tem explicação, acontece. 
Entrevista de Manoel de Oliveira ao Jornal de Letras, a propósito do seu último filme.

Quanto a mim, já não gostava tanto de um Oliveira desde o Vou para Casa.
Longa vida ao Mestre!

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