25 junho 2007

Byrne / Baldwin / Del Toro / Spacey / Palminteri / Postlethwaite

Following a truck hijack in New York, five conmen are arrested and brought together for questioning. As none of them is guilty, they plan a revenge operation against the police. The operation goes well, but then the influence of a legendary mastermind criminal called Keyser Söze is felt. It becomes clear that each one of them has wronged Söze at some point and must pay back now. The payback job leaves 27 men dead in a boat explosion, but the real question arises now: Who actually is Keyser Söze?
Li este texto, não concordei (já o escrevi aqui mas repito: Ruptura é um thriller muito razoável) mas retive uma frase que me parece brilhante: Um thriller, mais que qualquer outro género, tem de estar à altura das suas intenções, porque todo o seu interesse reside no jogo de forças com a inteligência do espectador. Isto é, um thriller só é bom se for mais inteligente que nós.
Pois bem. Fiquei a matutar nesta frase, abdiquei de ir ver o Shrek e pus-me frente a frente com Os suspeitos do costume. É que eu também me insiro no grupo de pessoas que tem saudades de thrillers, mas de thrillers bons, mesmo. Duma coisinha decente, que nos encoste às cordas, que nos deixe com problemas de coluna de tanto tentar deslindar o mistério; que nos ponha de rastos, porque o thriller é a única situação em que o célebre “quanto mais me bates, mais gosto de ti” é legítimo.
Acabado o filme, e depois de ter aplaudido efusivamente a escolha do casting, pus-me a pensar se Os suspeitos do costume será um filme extraordinário ou se será mais um caso de filme fetiche que, invariavelmente, acaba por ser sobrevalorizado.

A pergunta está no ar. Esperam-se respostas.

18 comentários:

Daniel Pereira disse...

O que eu tenho a dizer em relação a esse filme é que já vi há muito tempo e hesito em revê-lo. Acho que percebes.

Anónimo disse...

Esse é o Bryan Singer que eu gosto (tem um outro dele também fantástico chamado O Aprendiz, com o Ian Mckellen e o Brad Renfro). Uma pena que esse rapaz quis perder tempo com X-mens e Super-homens. Fazer o quê!

(http://claque-te.blogspot.com): As Virgens Suicidas, de Sofia Coppola.

Mafalda Azevedo disse...

Caríssimos Ladies Love, Daniel Pereira e Roberto Queiroz,

Não querem aderir a uma conversa mais pormenorizada sobre este The Usual Suspects, ignorando todos aqueles que ainda não viram o filme? Gostava mesmo de saber as vossas opiniões sobre, por exemplo, o twist final ou então sobre aquela frase inicial “I can't feel my legs... Keyser”...

Alinham?

(Discussão aberta a todos os leitores aqui do sítio!)

Marianne disse...

ok, vou rever o filme e alinho na discussão

Francisco Mendes disse...

Sobre o filme, considero-o um thriller prodigioso, com uma edificação que glorifica os cânones do género. Existe um mistério no seu coração e possui a natureza de um bom argumento: cada personagem tem o seu mundo, tem propósitos que os enlaçam na trama dramática e suas acções avançam a história.

Sobre a palavra Sobrevalorização, devo confessar que repudio sua utilização. A contemplação da Arte é Supra-Pessoal e a utilização de termos como esse demonstra desaprovação pela opinião alheia. Defendo que o respeito é fundamental e a utilização desses termos é perfeitamente escusável.

Quanto ao final do filme, adorei o pormenor de Verbal a recolher seus objectos (relógio de ouro e o isqueiro). No início do filme, quando Keyser Söze dispara sobre Keaton, enverga um relógio de ouro e acende um cigarro com o referido isqueiro.

Mafalda Azevedo disse...

Boa tarde Francisco,

Bem visto! Concordo com o facto de cada personagem ser extremamente rica e ter o seu próprio mundo. Aliás, aquela sequência inicial em que cada um é capturado no seu habitat natural é prodigiosa. O Baldwin no covil, o Byrne nas suas negociatas, o Del Toro pela rua qual gingão, o Pollak a esfregar a cara com um trapo encarnado e o Spacey… Uhm… O Spacey já lá estava no meio dos polícias… Devíamos ter desconfiado… E esse pormenor do Verbal a recolher os objectos é mesmo fantástico! Calmamente, sem receio… Quando estava a ver o filme, lembrei-me daquela personagem do Edward Norton no The Score. Será que o Ed se inspirou no Spacey?

Quanto à palavra “sobrevalorização”, e por muito que se queira respeitar os outros, a verdade é que existem fenómenos de massas inexplicáveis… E quem fala em filmes medianos que se tornam ícones, também fala em filmes extraordinários que sofrem pelo contrário – subvalorização.

Mafalda Azevedo disse...

Dear Marianne,

I’m waiting...

:)

Anónimo disse...

O Usual Suspects é magnífico, até visto por alguém que, como eu, viu o princípio e o fim e só depois viu o filme completo.

Anónimo disse...

Tenho pena de já ter visto o filme há demasiado tempo para o poder comentar agora e aqui... De qualquer forma na altura gostei imenso. Acho que terei de o rever... Outro que também achei fantástico foi o "L.A Confidential". Estou agora a ler outro livro do James Ellroy "The Cold Six Thousand" que também é altamente cinematográfico na escrita. Apesar de as frases serem curtíssimas, por vezes 2 a 3 palavras, acho que nunca li um livro tão difícil, nem sequer o Faulkner que também não é pera doce ;o)

Mafalda Azevedo disse...

Bom dia Gin,

Então e o Finisterra do Carlos de Oliveira?

Beijinhos!

luminary disse...

Chego tarde a esta discussão: "The usual suspects" é o melhor tipo de thriller: o thriller xico-esperto. É mais esperto que nós, mas nunca por nos esconder o seu segredo. No final, atira-nos é a nossa própria cuegueria à cara e ri-se de nós. O xico-esperto... Bryan Singer conseguiu reunir o elenco perfeito para isso, com personagens que estão a meio caminho entre o arquétipo e o algo mais de espessura. Por isso é um grande thriller: os bons thrillers têm personagens ocm duas ou três características fortes. Se tivessem mais, seria um character drama.

Já aqui foi falado de "L.A Confidential" e é estranho como esse clássico moderno é muitas vezes esquecido (teve o azar de surgir em 1997, o ano orgíaco de Titanic), assim como Curtins Hanson, realizador versátil e muitas vezes brilhante.
Sem dúvida, estes são dois dos melhores filems norte-maericanos da década de 90.

sofia disse...

um dos meus filmes preferidos de sempre

Mafalda Azevedo disse...

luminary e sofia,

Muito obrigada! Também gosto TANTO do Curtis Hanson... The Hand That Rocks the Cradle... Até do In Her Shoes!

:)

luminary disse...

Curtins Hanson é um daqueles raros realizadores que se dá sempre bem em qualquer estilo que se mete. Esses são só dois exemplos, mas para além do "L.A Confidential", que já foi falado, já viste o "Wonder boys", Mafalda?

Mafalda Azevedo disse...

Nunca vi o Wonder Boys. É bom? Sempre tem a Frances McDormand...

luminary disse...

E Michael Douglas a fazer loser, a antítesedo seu personagem tipo; e Robert Downey Jr. (será ele humano ou um semi-deus da representação?)... Correndo o risco de ser um desconhecido, aconselho vivamente.

Luís A. disse...

é o único filme do Singer que me enche completamente as medidas. e depois além do magnifico guião, temos um genial Spacey uns dos meus actores favoritos de sempre Gabriel Byrne, qaue devia ser mais vezes leading man. beijos

Anónimo disse...

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