23 janeiro 2010

O Fellini, Where Art Thou?

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Nine, o mais recente filme de Rob Marshall, suposta homenagem ao clássico 8½, é um desperdício de tempo e de dinheiro. Mais do que isso, é um lamentável desfile de mulheres de plástico, com Sophia Loren, Nicole Kidman e Kate Hudson a comandarem o bando.
É verdade que Penélope Cruz e Marion Cotillard, senhora de uma elegância e de uma pose que desconhecíamos, têm registos notáveis nas sequências do suicídio e da sala de projecções mas, tirando esses momentos de excepção, Nine aposta numa aura pindérica como há muito não via. As canções e as coreografias são para esquecer e, no meio deste Carnaval, o enorme Daniel Day-Lewis lá vai atingindo, a custo, a ansiedade, a decadência e a cólera de Guido Anselmi.
Aliás, se Nine ainda é um filme comestível, deve-o ao facto de sobreviver à custa das memórias e das recordações que temos de e de La dolce vita. Que saudades de Claudia Cardinale e de Anouk Aimée.

4 comentários:

Rita disse...

fazem falta filmes como o Amarcord, sem dúvida!!

e Cardinale enquanto verdadeiro glamour, Yves Montand e Mastroianni

Mafalda Azevedo disse...

Olá Rita,

Muito obrigada pelo comentário. Grande Yves Montand! :)

Um beijinho e aparece sempre,
Mafalda

Rita disse...

=)
sure thing!

Francisco Valente disse...

Sinceramente acho que nem o Daniel Day-Lewis se escapa... Como disse um amigo meu com quem fui ver o filme: "vi pela primeira vez DDL actuar". Até os planos são desleixados e feitos a correr, sem qualquer ponta de instinto ou inteligência. É do mais banal que possa haver. Toda aquela sequência da "moda" e do "estilo" é de vómito, com uma personagem (Kate Hudson) completamente disparatada e inventada. Só essa parte do filme é um insulto a tudo o que Fellini possa ter feito. É uma imagem estúpida de um estrangeirado sobre uma cultura que só conhece de revista.
Dá para perceber que não gostei do filme?