07 setembro 2009

Alguma individualidade, por favor

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Tenho a certeza de que terei uma apoplexia se continuar a ler mais textos que aclamem Public Enemies e Inglourious Basterds como obras-primas supremas. Estou cansada de ler e reler os mesmos argumentos, naquilo que parece ser a atitude mais bajuladora de que há memória. Não há ninguém que se atreva a levantar o dedo aos americanos Mann e Tarantino e não há ninguém que reme contra a maré. Um aborrecimento.

11 comentários:

Manuel disse...

Estive quase para escrever a dizer mal do Tarantino, mas pensei que não se podia...

Anónimo disse...

Sobre o Public Enemies infelizmente não posso falar. Dormi desde os 5 minutos até ao fim... mas quanto ao Tarantino tenho muito que escrever.
Resumidamente, o tema não me diz muito. Utilizar o nazismo para saciar instintos sanguinários sem sentirmos culpa é simplesmente fácil demais... no entanto o filme vive de alguns momentos. Momentos simplesmente fabulosos. Não houve uma cena com o Christoph Waltz que não valesse a pena...
Nabur

Mafalda Azevedo disse...

A personagem do Christoph Waltz é absolutamente deliciosa e genial. Atrevo-me mesmo a compará-la ao grande Peter Sellers no Dr. Strangelove. No entanto, o soberbo Hans Landa não me fez venerar o filme. Gostei muito, claro. Mas devo confessar que é o Tarantino mais óbvio que já vi.

Anónimo disse...

Mafalda,

Há vários críticos a destruir o filme do Tarantino desde que ele foi projectado em Cannes.

Também há diversas críticas negativas ao do Mann.

Como sabes ainda não vi o Tarantino... pelo que ainda não tenho opinião

Marianne

Anónimo disse...

Eu posso dizer que não gostei muito do Public Enemies. Não gosto do estilo camera a abanar e realização em cima dos actores, parece que estou a ver um programa do "Cops".
TC

Mafalda Azevedo disse...

Bom dia Marianne,
Adoro as tuas frases "Há vários críticos a destruir o filme do Tarantino" e "Também há diversas críticas negativas ao do Mann.". Claramente que não lês a crítica portuguesa e muito menos a blogosfera nacional. E era a essas que me referia.

Francisco disse...

Felizmente a crítica de cinema não se resume a Portugal. Por outro lado, não acho nada óbvio fazer-se um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, alterando o rumo dos seus acontecimentos como faz, retratar Adolf Hitler, Goebbels e Winston Churchill, e pôr por cima disso um anjo cinematográfico a dar-lhes um destino incrivelmente chocante. Assim como fazer um filme em Hollywood onde se ouvem cinco línguas, com a riqueza que cada uma delas merece.

Quanto ao Michael Mann, comparar a sua técnica de filmagem ao Cops... Acho que isso merece uma ida ao Inglourious Basterds.

Marianne disse...

Mafalda,

Eu sei que te referias à crítica nacional que leio e acompanho. O meu objectivo era precisamente mostrar que a crítica de cinema não se resume à crítica nacional e que o teu comentário era assim redutor.

Mafalda Azevedo disse...

É óbvio que a crítica de cinema não se resume a Portugal. O meu comentário é uma provocação e, como tal, deve ser encarado como uma espécie de farpa e não como um suposto estudo comparativo. Haja sentido de humor e de oportunidade.

Anónimo disse...

LOL

Já tenho saudades tuas

Beijinhos :)

Marianne

Anónimo disse...

The surprise hit "Inglourious Basterds" appears to have breathed some life into Weinstein Co., but the independent movie studio is still facing a serious cash squeeze.

O Tarantino tem muitas qualidades e uma das maiores que eu lhe reconheco e' que independentemente de se gostar ou nao do filme x ou y, sao sempre filmes com enredos e personagens complexos, recheados de humor negro e inteligente com muitas referencias escondidas pelo meio que despertam a curiosidade de ir a correr para a net mais proxima para descodificar partes do filme e certas cenas comicas. Dai que as vezes so se consiga absorver ao maximo a experiencia tarantino quando se ve o filme pela 2a ou 3a vez. Claramente nao sao filmes feitos para a malta da pipoca que passa mais tempo a beber coca cola e a procurar pipocas do que a perceber o enredo e quer sair da sala de cinema sem duvidas existenciais.

O "Inglourious Basterds" para mim e' um excelente filme de entretenimento com o merito de me dar a descobrir um actor do outro mundo que encarna uma personagem brilhante (essa do Dr Strangelove tem direitos de autor ;) )... Dito isto nao deixa de ser uma desilusao ver que por questoes financeiras o Tarantino tenha decidido suavizar o filme e rechea-lo com momentos fast food paras as massas das pipocas conseguirem perceber o filme do principio ao fim. Varias vezes durante o filme ha referencias a momentos anteriores do filme do genero "previously on Dexter" para ter a certeza que o ze' do bone'acompanha e percebe o filme ate' ao fim. O mesmo acontece com piadas que sao explicadas ao pormenor.

By the way a personagem do Hans Landa so atinge a perfeicao se ele for Judeu.