29 dezembro 2008

Espectador leva tiro por falar numa sala de cinema

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Foi no dia de Natal mas a história não é das mais alegres: um espectador pouco paciente alvejou outro que, alegadamente, não parava de falar numa sala de cinema do Riverview Movie Theatre, em Filadélfia, durante a exibição de «The Curious Case of Benjamin Button», de David Fincher.
James Joseph Cialella Jr., de 29 anos, foi o agressor, que se enfureceu com o barulho contínuo de uma família durante a projecção do filme. Após ter feito alguns avisos e atirado pipocas do seu lugar, Cialella Jr. levantou-se para confrontar a família e quando o pai da mesma se levantou para protegê-la, o agressor deu-lhe um tiro no braço esquerdo. O resto da audiência fugiu da sala de cinema, enquanto Cialella Jr. se sentou para ver tranquilamente o resto do filme. Pouco tempo depois, chegou a polícia, que prendeu o agressor e lhe confiscou a arma de fogo. Frank Venore, porta-voz do corpo policial, sublinhou que «é verdadeiramente assustador vermos um conflito deste tipo evoluir para este nível de violência». O agressor é agora acusado de tentativa de homicídio, agressão agravada e posse ilegal de arma de fogo.
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Luís Salvado - 2008-12-29

27 dezembro 2008

Jorge Pé-Curto / uma descoberta

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Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
(...)
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Poema De Natal
Vinicius de Moraes
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"Jorge Pé-Curto nasceu em 1955, em Moura. Vive em Almada desde 1965. Começou a frequentar, desde os dez anos de idade, o Centro Artístico Infantil, no Castelo de S. Jorge, de que era mentor o pintor Hermano Baptista. Mais tarde cursou escultura na Escola António Arroio como bolseiro da Fundação Gulbenkian. Em 1981, juntamente com outros artistas, fundou em Almada, a IMARGEM, projecto que, entretanto, viria a abandonar. Foi professor do ensino oficial durante 17 anos. Como artista plástico Jorge Pé-Curto desenvolveu actividade na cerâmica, pintura, cartaz e gravura, mas seria na escultura, nomeadamente na pedra, que viria a centrar o seu trabalho. Colectivamente, Jorge Pé-Curto participou desde 1972 em diversas exposições em galerias, instituições várias, espaços comerciais e mostras escultóricas ao ar livre. Desde 1984 expõe individualmente. Da sua autoria são diversos monumentos, situados em várias regiões do país."

23 dezembro 2008

Natal em Lisboa

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Fanny och Alexander (1982)
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All That Heaven Allows (1955)

16 dezembro 2008

Novas leituras

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"Genuine children of the New Hollywood, the indies absorbed, at least in the beginning, their anti-Hollywood aesthetic. What defines an indie film has been argued ad nauseam, but in those days, despite quibbles about this or that film, there existed something of a consensus. The purists reigned. As director / producer Sidney Pollack puts it, “Independent usually meant anything that was an alternative to recipe films or mainstream films made by studios.” They were anything Hollywood was not. If Hollywood made “movies”, indie made “films”. If Hollywood sold fantasy and escapism, indies thrived on realism and engagement. If Hollywood avoided controversial subjects, indies embraced them. If Hollywood movies were expensive, indie films were cheap. If Hollywood used stars, indie preferred unknowns, even nonactors. If Hollywood retained final cut, indies demanded it for themselves. If Hollywood strip-mined genres and dropped movies out of cookie cutters, indie films expressed personal visions and were therefore unique and sequel-proof. If Hollywood made movies by committee, indies were made by individual sensibilities who wrote as well as directed, and sometimes shot and edited as well. While Hollywood employed directors, hired to do a job, indies were filmmakers who worshipped at the altar of art. While directors accumulated BMWs and homes in Malibu, filmmakers made unimaginable sacrifices and lived in New York, preferably on the Lower East Side. They scammed and hustled, lied and cheated, even sol drugs or their own blood, to finance their films."
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Down and Dirty Pictures:
Miramax, Sundance, and the Rise of Independent Film
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Peter Biskind, página 19.

De volta

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O Mise en Abyme está quase a fazer quatro anos de existência. Um autêntico dinossauro da blogosfera, pensarão alguns.
Festejaremos a ocasião de cara lavada, com novo template e novas obsessões, sem descurar as antigas, claro. E é por isso que aqui estamos, mais uma vez, a fazer propaganda a uma das mulheres mais interessantes e apaixonantes da história do cinema: Angelina Jolie. Morram os intelectuais e os puritanos que a atacam.
Angelina Jolie, esse portento de mulher que temos vindo a acompanhar desde criança, como filha do cowboy Jon Voight, é a protagonista de Changeling, o novo filme de Clint Eastwood. Desde o Óscar ganho em Girl, Interrupted, espécie de versão feminina do clássico One Flew Over the Cuckoo's Nest, que desejávamos vê-la, conduzida por um grande realizador. Neste sentido, The Good Shepherd serviu como aperitivo e Changeling é a consagração esperada.
A interpretação de Jolie, comedida, quase envergonhada e, nos momentos certos, explosiva, é profundamente inspiradora. Esta mulher, que já deu tanto que falar, tem apenas 33 anos. Por outras palavras, Angelina Jolie tem uma vida inteira pela frente para trabalhar com os melhores realizadores. E é isso que esperemos que aconteça. Caso Hollywood enlouqueça e Angelina passe a ser uma actriz de segunda classe, poderemos sempre retaliar, alegando que o seu rosto é um dos mais perfeitos de todos os tempos. E isso, só por si, já lhe concederia o título de deusa da contemporaneidade.
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Nas semanas que passaram sem textos novos, o Mise en Abyme andou dividido entre a máfia dos Sopranos e o mafioso do Marlon Brando. Pelo meio de tudo isto, também houve tempo para ver o novo James Bond – filme fraco, por sinal. Ainda assim, foi retemperante assistir a um agente secreto que já não trabalha ao serviço de Sua Majestade, mas ao serviço do amor. Destroçado, incapaz de dormir, torturado por recordações de Eva Green (como o compreendemos!), o nosso Bond amadureceu. Com demasiadas impossible missions para encher a vista, a verdade é que o realizador Marc Forster consegue um belíssimo “piscar de olho” a Goldfinger, fazendo uso de petróleo, o novo ouro do século XXI.

E bom, é hora de acabar e de fazer as malas. Só voltaremos a Londres no próximo ano. O Mise en Abyme deseja um feliz Natal e um excelente 2009 a todos os seus visitantes.

Vemo-nos em Lisboa!
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