Mads Mikkelsen
Nunca visitei os países nórdicos, mas, às vezes, parece que já lá vivi (terá sido noutra vida?). Creio que tenho mais afinidades com a Suécia do que, por exemplo, com a Espanha, onde já fui inúmeras vezes e que sempre me pareceu um país pouco aberto e até tacanho. Estranho, não é? E de onde vem este fascínio e esta certeza de que viveria compreendida no norte da Europa? Dos filmes, dos livros e das séries, claro. Conheço a Suécia a partir do Bergman, do Lukas Moodysson e do Stieg Larsson. (E dos ABBA e da H&M, mas isso agora não vem ao caso.) Quanto à Dinamarca, comecei pelo Lars von Trier e, embora nunca tenha visto a sua obra completa, fiquei muito marcada pelo Dogville. Nos últimos dias, descobri o universo do Thomas Vinterberg a partir da obra-prima A Caça, em que a vida de um inocente, magnificamente interpretado pelo Mads Mikkelsen, é arruinada através de uma mentira inventada por uma criança. Espero, em breve, conseguir ver o tão polémico A Festa. Entretanto, ainda ontem comecei a ver a série The Killing – a versão dinamarquesa, claro – e algo me diz que vai ser memorável. No que diz respeito à Noruega, e para além do recente Oslo, 31 de Agosto, haverá sempre as peças de Henrik Ibsen, no papel e em palco.
Tudo isto é tremendamente redutor, claro. Não suponho que seja possível conhecer um país (quanto mais três!), uma sociedade ou uma forma de estar tão peculiares através de alguns exemplos culturais que essa mesma sociedade produziu. No entanto, não há dúvida de que estes ambientes e mentalidades me seduzem, como uma espécie de íman, e de que, mais cedo ou mais tarde, estarei dentro de um avião a caminho da Escandinávia. Pode ser que arranje estadia na ilha de Fårö.