No tempo em que este blogue era escrito por duas pessoas, uma delas – o Francisco – foi até à Cinemateca para ver Os Verdes Anos. Passados praticamente 8 anos – e porque nunca é tarde – foi a minha vez de o ver, na mesmíssima sala. Desta vez, e devido à morte do realizador Paulo Rocha e à comemoração dos 50 anos do seu filme, a sala estava cheia e só consegui lugar num degrau das escadas. Obrigada ao espírito verdadeiramente cinéfilo e comunitário da Cinemateca que nunca deixa ninguém à porta.
A sessão foi inesquecível, com direito a discursos emocionados de gente inspirada como o Jorge Silva Melo, o Luis Miguel Cintra, a Maria João Seixas e, claro, a Isabel Ruth. Foi uma belíssima maneira de entrar em 2013, cheia de esperança. O filme, uma história de amor passada na Lisboa onde nasci e cresci – a Avenida Almirante Gago Coutinho, a Avenida Estados Unidos da América e a Avenida de Roma –, deixou-me comovida e nostálgica. Que Lisboa aquela!
Mas bom. 2013 também me trouxe a coragem de que necessitava para ver o The Hobbit: An Unexpected Journey. Independentemente de tudo, e porque hoje me apetece ser otimista, há muito que não via o orgulho e a honra tão bem retratados. Não sei se haverá por aí, de entre os leitores deste blogue, apaixonados pelo universo de J.R.R. Tolkien, mas a sequência das adivinhas encheu-me as medidas. Sem esquecer claro, os instantes de comunhão entre Homem e Natureza que me deixam sempre boquiaberta.
E já que estou numa de referir momentos especiais deste começo de ano, tenho também de mencionar a peça Há muitas razões para uma pessoa querer ser bonita, encenada pelo João Lourenço a partir do original Reasons to be Pretty de Neil LaBute, que conta com a interpretação extraordinária de Ana Guiomar.
E bom. O tempo urge e terei de ficar por aqui. O Mise en Abyme já fez 8 anos – até custa a crer que passou tanto tempo – e continuará por muitos mais.
Obrigada a todos e bom ano!