19 março 2011

Poesia

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Há pouco tempo e pouca vontade para observar e para reflectir neste mundo em que vivemos. Tenho saudades do universo de Jacques Tati em que havia disponibilidade para tais acções. Hoje, ao conhecer o dia-a-dia de Mija, lembrei-me de Tati, da sua curiosidade declarada e da elegância com que sorria aos outros. Mija é uma mulher excepcional, daquelas que transbordam dignidade nos gestos mais triviais. Infelizmente, a sua vida é transformada num drama familiar de uma perversidade indescritível. O cenário é uma pequena cidade da Coreia do Sul, onde há flores e árvores de variadas espécies e um rio que parece inabalável. Os dias passam, entre viagens de autocarro, legumes cortados, jogos de badmínton e, o melhor de tudo, aulas de poesia. Neste filme, nesta belíssima história, há uma senhora que procura na poesia o mesmo que nós procuramos no cinema. E acaba por encontrar: um abrigo, um espelho, uma solução. Na próxima segunda-feira, comemora-se o começo da Primavera e o Dia Mundial da Poesia. Que essas efemérides sejam um pretexto para observarmos e reflectirmos mais, valorizando a vida e a beleza. Há filmes demasiado tristes e injustos para serem comentados. Como tal, hoje fico-me por aqui, devastada pela interpretação de Yun Jung-hee. Boa noite.

3 comentários:

  1. Linda Poesia.
    Boa noite.
    Da hora teu blog heim.
    parabéns.
    Seguindo certo,me segue ai tbm.
    http://hiphopactivistface.blogspot.com/
    abçs
    @Ativista2

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  2. Naum dar para segui teu blog?
    naum tem seguidores?

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  3. "há uma senhora que procura na poesia o mesmo que nós procuramos no cinema"

    é isso mesmo, obrigada pela frase :)

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