24 dezembro 2010

Momentos inspirados e inspiradores

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Ver a minha, nossa Juliette Binoche a pintar-se ao espelho [câmara] na expectativa de agradar ao desconhecido [marido]. A duplicidade, ambiguidade que não é decifrável e ainda bem. A beleza, a sensibilidade, a comoção. As palavras em inglês, francês e italiano que soam perfeitas, saídas de uma boca que ainda não foi pintada de encarnado. E o olhar, as lágrimas que se engolem e aquelas que escorrem. A impaciência, o desejo, o descontrolo. E apetece ficar ali, a admirar os braços cruzados que passeiam mais à frente, as mãos que agarram o volante, o cabelo que se vai soltando. Até as saias compridas e esvoaçantes são dignas de atenção. Juliette Binoche é cada uma de nós, cada uma das nossas incertezas, cada uma das nossas convicções. É tudo, é a perfeição que pensávamos já não poder existir. É a compreensão, a companhia que não deixará de ser.

15 dezembro 2010

Descoberta etária

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Acabo de constatar que o arquitecto Oscar Niemeyer tem um ano a mais do que o realizador Manoel de Oliveira. Holy.

13 dezembro 2010

Feliz Natal e outros assuntos

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Os leitores do Mise en Abyme, aqueles que vão seguindo os passos deste blogue há quase seis anos, queixam-se da falta de textos. E têm razão para tal. De facto, tenho optado pelas imagens em detrimento das palavras. E nem sempre essa escolha é sinal de preguiça ou de falta de tempo. Há alturas, e são mais comuns do que se poderia pensar, em que prefiro ficar calada. Continuo a gostar de partilhar momentos convosco, mas nem sempre tenho vontade de redigir textos. Pode ser uma fase, claro. Uma daquelas fases de absorção e de pouca reflexão escrita. Tenho passeado pelos universos do Paul Auster e do Rubem Fonseca, dançado ao som do Bruce Springsteen como nunca pensei vir a dançar e ficado verdadeiramente comovida com filmes e peças. O Tennessee Williams da Alexandra Lencastre e o Brecht do Miguel Guilherme, por exemplo. Ou a cena final do The Social Network que não me sai da cabeça. E eu que, ingenuamente, achava que o David Fincher já não me podia comover mais do que na altura em que filmou a Cate Blanchett no The Curious Case of Benjamin Button. Mas enfim. Indo directa ao assunto. Desejo, o mais sinceramente possível, um feliz Natal e um excelente 2011 a todos aqueles que me lêem. Talvez 2011 esteja repleto de aventuras e de grandes textos. Esperemos que sim. Eu estarei por aqui. Espero encontrar-vos por cá.

E foi uma semana fantástica.

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Exit Through the Gift Shop (2010)
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Boardwalk Empire
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E muito mais: colecção permanente do Museu do Prado, jantaradas com amigos, penúltimo episódio do Dexter, boas horas de sono, andar de TGV, grandes passeios pela Fuencarral, Bairro de Salamanca, Paseo de Gracia... E vivam as ruas planas!

13 novembro 2010

Benefícios da Beleza

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Natalie Wood () surpreende
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Romy Schneider () acalma
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Katharine Ross () comove
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Sharon Tate () provoca
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06 novembro 2010

VENCEDORES | Novo Talento FNAC Fotografia 2010

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In Between
Frederico Azevedo
Vencedor Novo Talento FNAC Fotografia 2010
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A história de tudo aquilo que é
Maria-do-Mar Pedro Rêgo
Menção Honrosa Novo Talento FNAC Fotografia 2010
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30 outubro 2010

Abençoado Nobel

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Bendito prémio que me pôs a ler, pela primeira vez, o Mario Vargas Llosa. E já lá vão dois romances. Muito aconselháveis. Há uma profunda humanidade nas suas personagens e isso enche-me de esperança. Também há mulheres fatais, daquelas que arruínam a vida dos verdadeiros apaixonados, qual Marlene Dietrich n’ O Anjo Azul ou no The Devil Is a Woman. Ou, se quisermos, quais Carole Bouquet e Ángela Molina no Cet obscur objet du désir. Ou, se formos ao baú das recordações cinéfilas, qual Carlotta no Two Weeks in Another Town. E podia continuar, claro. O que não falta são mulheres letais no cinema. Ainda bem que as mulheres de Vargas Llosa, tão bonitas que fariam parar o trânsito do Peru, acabam por voltar e por conhecer uma espécie de arrependimento perverso. Assim vale a pena.

15 outubro 2010

Parece que muita coisa começou assim...

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Aurélio da Paz dos Reis (Porto, 1862 – 1931)

14 outubro 2010

Esta mulher é gira e tem piada

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Sofía Vergara ou Gloria Delgado-Pritchett

Ideias de Cinema

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Eternal Sunshine of the Spotless Mind

08 outubro 2010

Proposta

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The Visitor
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Le Concert
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Há qualquer coisa de muito semelhante nestes dois filmes que me faz gostar imensamente de ambos. Aceitam-se sugestões.

Excelso

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Le concert

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Com Mélanie Laurent e o enorme Aleksey Guskov

Acabado de ver na Festa do Cinema Francês

25 setembro 2010

E por falar em vícios…

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The Good Wife
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Porque já sentia falta de ver uma série em que a personagem principal é uma mulher. Alicia Florrick é sensível, inteligente e forte. Mas também é empedernida, inexperiente e fraca. Sometimes it's wrong, sometimes it's right. But we always follow the law. E aqui vamos para o sexto episódio.

04 setembro 2010

Sábado

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O Mise en Abyme deixou de ser um blog e passou a ser um Garfield. Comer e dormir. Dormir e comer. E ver mais dois episódios da quarta temporada de Mad Men. Bem bons por sinal. Tudo para que uma gripe de Verão desapareça de vez.

29 agosto 2010

Cerimónia dos Emmy | hoje à noite

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Até ao momento, e já lá vão quatro episódios, a quarta temporada de Mad Men tem sido uma desilusão. Parece que as personagens mergulharam num autêntico banho-maria, sem surpresas ou descobertas. O Don Draper está ainda mais egoísta, ressacado e infeliz e a Peggy Olson lá vai oscilando, quase a custo, entre a confiança e a insegurança. O Pete Campbell parece acomodado à vida burguesa e nem o bambolear da Joan Harris chega para animar as hostes. Só a Sally Draper e o seu admirador trouxeram algo de novo.
Apetece gritar: mexam-se!

Quero MUITO ver

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... mas assim MUITO mesmo ...

03 agosto 2010

Boas férias

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Gostava de ter genica para escrever aqui todos os dias. Mas não tenho. Gostava de ter tempo para escrever sobre todos os filmes que vejo e sobre todos os livros que leio. Mas não consigo. Lá vou aparecendo, de quando em quando, cheia de vontade de fazer um post, de partilhar uma ideia. Estou quase a ir para os Açores – mal posso acreditar – e quero desejar umas excelentes férias a todos aqueles que não desistem do Mise en Abyme. Obrigada pelos e-mails, pelos comentários e pelas sugestões.

See you!

E o medo transforma-se em amor

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Aos escritores, é-lhes concedida a liberdade de criarem. Seja o que for e como for. A nós, cabe-nos acreditar. Em O Segredo dos Seus Olhos, há um homem reformado que escreve um romance. E nós vemo-lo a acontecer. Não fazemos ideia se aquela história se passou realmente daquela maneira, mas acreditamos. Acreditamos como o polícia que nunca duvidou do seu primeiro instinto. Como a mulher que sabia que um dia ia ser possível. Como o amigo que defendia o humor. Obrigada Manuel.

01 agosto 2010

22 junho 2010

Nigella what?

E eis que, finalmente, descubro um texto que desmascara, de forma inteligente e divertida, a Nigella Lawson. Já não era sem tempo. .
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08 junho 2010

Are the girls still relevant?

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O filme não vale nada (what a surprise!)
e as personagens já são cansativas, mas a Carrie Bradshaw
continua a ter um estilo único e, por vezes, assombroso.
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(gosto da presença do Tim Gunn))
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Quanto ao resto, "we'll always have the six seasons".

16 maio 2010

Num dia especialmente feliz

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"Alguém disse um dia que as histórias só acontecem
àqueles que são capazes de as contar."
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A Trilogia de Nova Iorque, Paul Auster

25 abril 2010

Vanessa Redgrave

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We are mysterious creatures, aren't we?

And at the end so much of it turns out not to matter.

31 março 2010

Canção de Amor e Saúde

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E viva a inércia. E o burlesco. E o devaneio.

23 março 2010

... só para dizer ...

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Christina Hendricks, you are the one.

08 março 2010

Óscares 2010 VIII

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Estado de Guerra: a melhor notícia da noite.
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THE END

Óscares 2010 VII

Grande surpresa na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

Óscares 2010 VI

Brilhante montagem de clássicos de terror. Um dos momentos da noite.

Óscares 2010 V

O laço do Robert Downey Jr. é bestial.

Óscares 2010 III

Christoph Waltz... E a noite começa bem.

Óscares 2010 II

Até agora, o melhor vestido da noite pertence a Meryl Streep.

28 fevereiro 2010

You only live once - dos 19 aos 25 anos


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Lá fora, não há maneira de a chuva parar e o vento frio é uma constante. Apetece fazer como o Malik El Djebena, no filme Um Profeta, de Jacques Audiard: puxar o fecho éclair do casaco até acima e estender a mão para sentir a neve. Depois disto, e à medida que atravessamos o pátio da nossa vida, olhamos bem para todos os lados – esquerda, direita, trás e frente – e certificamo-nos de que podemos avançar, um pé depois do outro, mãos nas algibeiras.
Malik El Djebena tem 19 anos. É árabe, frágil, indefeso e analfabeto. Quando chega à prisão, vê-se obrigado a escolher entre a própria vida e a vida de Reyeb, um outro prisioneiro. No momento final, quando sai em liberdade, Malik é, espanto dos espantos, o chefe respeitado de uma nova organização criminosa.
Entre a primeira e a última cena, há um interregno de seis anos. O tempo suficiente para sermos espectadores de duas perspectivas perpendiculares e imensamente interessantes: a transformação progressiva de um pequeno delinquente em homem respeitado no seio do mundo criminal e a metamorfose de um jovem inexperiente num pai de família, poliglota, visionário e profundamente sensível à espiritualidade de adormecer agarrado a um bebé, de enfiar os pés na areia e de andar de avião.
E tudo isto acontece dentro de uma prisão - celas, pátios e salas de visita – comandada por César Luciani, o líder de um poderoso gang corso. Há canais de comunicação de que nunca desconfiaríamos: cordas presas entre janelas, telemóveis debaixo de colchões e guardas subornados.
No fim, há três pessoas - homem, mulher e criança - que caminham lado a lado e são escoltados por três carrões. A pergunta que se impõe parece simples: Could that someone, perhaps, perchance, be Mack the Knife? A resposta é vossa.
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