27 janeiro 2005

Efeitos secundários de ir ao cinema

Será óbvia a distinção entre ficção e realidade? Será que, depois de irmos ao cinema, conseguimos encarar a “vida real” da mesma forma? Se o filme for de 1975 e tiver o título Jaws, a resposta é não. Aliás, esqueçam a tranquilidade que costumava fazer parte das idas à praia. O mais certo é que passem a ver todos os documentários sobre tubarões brancos e que os imaginem a rondar os vossos pés de cada vez que se aventurarem num mergulho.
O cinema tem destas coisas. Uma película pode mudar a nossa maneira de pensar e de viver. Às vezes, fá-lo de uma forma tão subtil que nem nos apercebemos disso. E valerá a pena ver um filme se já sabemos que ele pode influenciar a nossa vida? Claro que vale! Perder uma película como Jaws, realizada por Steven Spielberg, é que me parece incompreensível.
Desenganem-se se estão convencidos de que se trata unicamente de uma narração de terror. Jaws é uma história sobre homens, inseridos num conflito de interesses, que aprendem a lidar com os seus próprios medos. O espectador, preso à cadeira, assiste a esse processo de aprendizagem que acaba por se transformar num arrepiante jogo de imagens e de sons.
Gostaria ainda de aconselhar um outro filme. Refiro-me a Open Water, distribuído recentemente nos nossos cinemas. Apesar de ter passado um tanto ou quanto despercebido, Open Water surge como uma agradável surpresa para todos os apreciadores de fitas rodadas em alto mar e guarnecidas com belos exemplares dessas criaturas terríficas. Imperdível!

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